Os 14 policiais suspeitos de praticar tortura contra um colega de farda do Batalhão de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal foram soltos na manhã desta quinta-feira (2). Eles estavam presos desde segunda-feira (29).
O soldado Danilo Martins diz que foi agredido e humilhado para que desistisse do curso de formação do patrulhamento tático móvel do Batalhão de Choque. Ele ficou internado por seis dias, após 8 horas de tortura dentro do batalhão. Segundo Martins, as agressões só pararam quando ele assinou o termo de desistência do curso
A decisão é assinada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do DF Sandoval Oliveira. De acordo com o magistrado, o Ministério Público, na denúncia, atribuiu ao comandante da unidade Calebe Teixeira das Neves a iniciativa de provocar as agressões, que não foi detido.
“Não se extrai fundamentos concretos justificando a imprescindibilidade da medida extrema, porquanto carente de razões precisas a justificar o risco de a liberdade dos pacientes representar à apuração dos fatos”, diz Sandoval Oliveira.
Os policiais que tiveram prisão temporária decretada foram:
O curso foi suspenso até o encerramento das investigações, e o comandante do batalhão, Calebe Teixeira das Neves, foi afastado.
Na denúncia feita ao Ministério Público, o policial conta que teve gás lacrimogênio e gás de espuma jogados em seu rosto, que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta, e que foi agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e no estômago.
“Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu correr ao redor do batalhão cantando uma música vexatória. E depois disso me colocaram para fazer flexão de punho cerrado no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago”, conta Danilo
Danilo diz que, no hospital, ele foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise – ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.
Danilo conta que se inscreveu no curso de patrulhamento tático móvel de 2024. “Eu me apresentei às 8h15, juntamente com o turno, e o coordenador já me retirou do turno e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, lembra Danilo.
O soldado conta que se recusou assinar a desistência, por várias vezes. E foi quando, segundo ele, o tenente coordenador do curso de patrulhamento tático móvel iniciou as agressões contra ele, junto de outros policiais.
Fonte: www.g1.globo.com
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