O Hospital de Clínicas de Ananindeua surpreendeu os pacientes na segunda-feira, 6, ao amanhecer de portas fechadas devido à suspensão dos atendimentos. A instituição alegou que a medida foi tomada devido à falta de pagamento da prefeitura de Ananindeua. Localizado na rua 2 de junho, no bairro de Águas Brancas, a unidade de saúde foi fundada em 2000, com o propósito de oferecer internamentos e atendimentos ambulatoriais. A faixa colocada em frente ao local comunicou a suspensão dos serviços, pegando os pacientes de surpresa.
Na manhã desta terça-feira (7), um protesto em frente à prefeitura Municipal de Ananindeua, nos dois pontos da rodovia BR-316, interditou a via nos dois sentidos.
O Hospital de Clínicas de Ananindeua, conforme apresentado em seu site, se destaca como o principal serviço de Assistência Médica ao SUS do município, oferecendo diversas especialidades médicas, incluindo Centro-cirúrgicos, Unidades de Terapia Intensiva, Leitos Particulares e de Enfermaria, Usina de Oxigênio e um Centro de Cardiologia Completo.
Diante da situação de falta de pagamento por parte da prefeitura de Ananindeua, três vereadores da Câmara Municipal usaram seu tempo de tribuna na sessão ordinária de segunda-feira, 6, para criticar o ocorrido e sugerir a criação de uma CPI para investigar essa questão. Veja o depoimento dos vereadores:
Apesar das tentativas da reportagem em contatar a administração do hospital, os dois números de telefone fornecidos no site e redes sociais não completaram a ligação.
Matéria publicada na edição de 4 e 5 de maio do DIÁRIO constata que o município de Ananindeua está se endividando cada vez mais, e o pior é que ninguém sabe para onde está indo tanto dinheiro. Em menos de quatro anos, o prefeito Daniel Barbosa Santos já contraiu empréstimos que somam mais de meio bilhão de reais, em valores da época.
Segundo moradores, só do ano passado para cá ele teria aumentado o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em mais de 200%. Em 2021, no primeiro ano de sua administração, Daniel pegou cerca de R$ 50 milhões em empréstimos. Em, 2022, foram quase R$ 158,6 milhões. No ano passado, mais de R$ 183 milhões. E agora, só até fevereiro, já são mais de R$ 137,5 milhões.
Além do total abandono da cidade e da população, o que se vê é que a prefeitura de Daniel Santos parece endividada até o pescoço, sem dinheiro nem mesmo para pagar os hospitais que atendem os moradores mais carentes, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
É o caso do Anita Gerosa, um hospital sem fins lucrativos, ao qual a Prefeitura deve R$ 3,5 milhões, pelo não pagamento de serviços realizados no ano passado e neste ano. E isso apesar de o SUS ter repassado esse dinheiro a ela.
É o caso também do Camilo Salgado, cujos donos estão processando a Prefeitura, devido a um calote de R$ 4 milhões. O hospital foi desapropriado por Daniel em 2021, para, segundo ele, construir o “primeiro hospital público” da cidade. A indenização pela desapropriação teria de ter sido quitada em 2022, mas não foi. Com isso, os proprietários estão pedindo, além do pagamento da dívida, uma indenização de R$ 1 milhão, por danos morais. Eles afirmam que não conseguiram reabrir o Camilo Salgado em outro local, devido às irregularidades dos pagamentos.
Em meio a todo o abandono da cidade, dívidas e calotes, só quem vai de vento em popa é o hospital Santa Maria de Ananindeua, que pertence ou pertenceu ao prefeito Daniel. Entre 2021 e o último 25 de abril, a Prefeitura pagou ao hospital mais de R$ 71,5 milhões, em valores atualizados pelo IPCA de janeiro deste ano. O dinheiro foi repassado à Prefeitura pelo SUS, para pagamento do contrato que ela mantém com o hospital.
Como Ananindeua possui “gestão plena” na área da saúde, é a Prefeitura, comandada pelo dono ou ex-dono do Santa Maria, quem recebe as informações sobre os serviços que o hospital diz ter realizado, e as envia ao Ministério da Saúde, para justificar os pagamentos.
Fonte: www.dol.com.br
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