Equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) amanheceu o dia na casa do prefeito João Salame Neto, e em outros seis endereços de Marabá, entre eles a sede da Prefeitura Municipal, Secretaria de Saúde e Hospital Municipal. Segundo disse ao CORREIO o procurador Nelson Medrado, que comanda pessoalmente a Operação batizada de Ícarus, o alvo da investigação é o governo municipal . O MPPA quer saber se a Prefeitura estava diretamente envolvida no esquema de superfaturamento do fornecimento de gás industrial e hospitalar no Município.
Os membros do Ministério Público se dividiram em várias equipes e foram para a rua ainda na madrugada. Uma das caminhonetes com agentes foi para a empresa Mundial Ar-Condicionado, na Folha 28, pertencente ao senhor Josimar Eneas da Costa, conhecido como Eletro, preso pela Polícia Federal como um dos beneficiários do esquema.
Segundo o Medrado, a diferença desta operação, para a Asfixia, desencadeada pela Polícia Federal e que investiga o mesmo esquema envolvendo a empresa Oxipar – Oxigênio do Pará, é que na estadual está sendo levantado se o governo de Marabá é agente direto do esquema.
“O nosso pedido de busca e apreensão é de maio deste ano, mas o Tribunal de Justiça não autorizou antes por estar no período eleitoral”, reconheceu o procurador, mas afirmando que há vasto material comprobatório, com quebra de sigilos bancários e acordos de delação e cooperação da parte dos próprios operadores do esquema.
Questionado sobre a necessidade de ira a própria casa do prefeito de Marabá, Medrado disse que se justifica por ser ele o mandatário maior do governo.
Parauapebas
Ao mesmo tempo equipes do Gaeco realizaram batidas e cumprimento de mandados em Parauapebas. A operação investiga indícios de que vereadores do município recebiam pagamentos mensais de empresários.
Dois empresários do município tiveram a prisão decretada por participação no esquema e um deles foi preso no início da manhã.
O empresário preso é proprietário de uma construtora que presta serviços à prefeitura municipal e é suspeito de comandar um esquema de pagamento de propina na câmara de vereadores para garantir apoio aos contratos firmados com a gestão municipal. O sobrinho do empresário é apontado como o responsável por fazer os pagamentos ilegais e é alvo do outro mandado de prisão da operação.
Um dos locais de busca e apreensão da operação é a casa do vereador do Charles Borges (PROS), que será levado à sede do MPPA na cidade para prestar esclarecimentos. A Justiça determinou também o afastamento do vereador Maridé Gomes (PSC), por suspeita de participação no esquema.
Procurada, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá disse que só vai se pronunciar por meio de nota oficial, mas não tem prazo para divulgá-la.
(Da Redação do jornal Correio)
Fonte: CT ONLINE
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