O dilema dos pacientes que necessitam de tratamento no Hospital Municipal de Marabá parece não acabar. Após o CORREIO noticiar em edições passadas a precariedade do serviço prestado na instituição, pessoas que aguardavam atendimento no local, na manhã desta sexta-feira (28), procuraram o Jornal para denunciar que a situação continua a mesma. A resposta dos atendentes para todos estava na ponta da língua: havia apenas um médico para emergência e que deveriam voltar somente à tarde.
Ao chegar ao HMM, a reportagem percebeu que muitas crianças aguardavam pelo atendimento, além de idosos e adultos. Dentre estes estava Charles de Moraes Barros Silva, que levou a esposa Margareth dos Santos até a unidade de saúde para receber o tratamento adequado. “Ela está desde 1h30 com tontura e vomitando o tempo todo. E falaram que não tem médico. Isso não está certo, pela dificuldade que estamos passando”, reclamou.
A situação de outra paciente, Leia Lima Rocha. não era diferente. Ela saiu do bairro Belo Horizonte para receber atendimento no HMM, mas foi surpreendida. “Estou passando mal desde as três da manhã, vim para o hospital em busca de melhora e cheguei aqui não tem médico. Onde já se viu um hospital que não tem médico? Cadê o prefeito? Então é melhor morrer em casa do que vir para um hospital desses que não tem médico”, exclamou.
Já Domingas Pereira da Silva levou o irmão do Valdivino, de 37 anos, que é surdo ao hospital para receber atendimento após uma queda. “Ele caiu, machucou o joelho e o braço e também está com problema de tontura, não consegue nem andar, porque cai”. Segundo ela, enfermeiras somente fizeram uma triagem e limparam os ferimentos.
A debilidade era tamanha que atingiu também as crianças que esperavam por um médico. Jackslene Sousa Lima levou a filha pequena ao HMM, porque a garota está há três dias com diarreia e febre. “E ninguém quer atender aqui. Tem doutor dentro do Hospital, mas que não quer atender. Está todo mundo aqui passando mal e estão dizendo que não tem médico”. Ela confirmou ao CORREIO que chegou bem cedo ao local e preencheu a ficha para que a menina fosse atendida, porém sem sucesso.
Esse foi o caso também de Sandra Rocha, que mora no Jardim União e levou o filho, que está há três dias sem urinar, à instituição. “Vim com o meu filho que está a três dias fazendo vomito, com febre, sem fazer xixi. Me disseram aqui que tem um médico na emergência, mas que não pode atender, só se a criança tiver com 40 graus de febre”. Outra mãe, Tainara Marins dos Santos, acusava o hospital de negligência por deixar sua filha e várias outras crianças sem qualquer atendimento.
A equipe do Jornal tentou conversar com a direção do HMM, porém foi informado que apenas a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá poderia responder pelo caso. A reportagem entrou em contato via e-mail com a Ascom, mas como sexta (28) foi feriado por causa do Dia do Servidor Público, não houve qualquer pronunciamento.
Um homem que disse trabalhar no hospital tentou barrar a permanência da Reportagem no local para ouvir a comunidade, ameaçando chamar a polícia, mas a equipe não se deixou intimidar e respondeu ao indivíduo que estava exercendo seu papel constitucional.
(Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)
Fonte: CT ONLINE
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