As empresas TCA e Nassom, que exploram o serviço de transporte de passageiros na área urbana de Marabá desde que ganharam uma licitação questionável no governo de Maurino Magalhães, estão preocupadas com o alto custo de manutenção do sistema e do longo silêncio do prefeito João Salame sobre o caso.
Ontem, quarta-feira, dia 2, em entrevista ao Jornal CORREIO, Elvécio dos Reis Moreira, representante da Nassom em Marabá, disse que as empresas passam por um momento muito delicado e que correm o risco de um colapso no sistema de transporte coletivo de passageiros. Lembrou que TCA e Nassom lutam por reajuste desde novembro de 2015, quando apresentaram planilha de custo à Prefeitura de Marabá.
De lá para cá, explica, ocorreram várias reuniões com o CMT (Conselho Municipal de Transporte), e até mesmo com o prefeito João Salame em janeiro deste ano, que autorizou o reajuste, mas depois voltaram atrás. “Desta época até agora protocolamos vários documentos no Gabinete do prefeito João Salame, mas ele não nos recebeu mais”, desabafa o gerente da Nassom.
Elvécio alega que há, atualmente, um grande desequilíbrio financeiro, que vem aumentando mês a mês, com reajuste de peças, combustível, enquanto a receita das empresas vai reduzindo. “Por conta da crise financeira, algumas empresas deixaram de comprar vale transporte. Não sonhamos com aumento de passagem, que não é bom para nós, porque afugenta nosso usuário, mas minimamente precisamos equilibrar nossas contas”, porque estamos pagando para trabalhar”, alegou.
Falando em nome das duas empresas, Elvécio diz que TCA e Nassom não querem apenas trabalhar com reajuste da tarifa, mas também diminuição de impostos como ICMS. Ele também reclamou da falta do prometido terminal integrado de passageiros, que estava previsto no contrato que assinaram com a Prefeitura, e que ajudaria a diminuir a quantidade de veículos em circulação. “Há falta de interesse de poder público em resolver esse problema”, avalia.
Ele lembrou que há cerca de dez dias houve uma paralisação de funcionários e teme que outras venham a acontecer, gerando um colapso do sistema de transporte de passageiros. “Estamos tomando medidas para redução de custos, como unificação da garagem para operação conjunta, mas não temos mais gordura para cortar.
Atualmente, o usuário paga R$ 2,50 para uma passagem em um ônibus urbano. As empresas apresentaram planilha de custos e pediram ao prefeito reajuste de R$ 3,82. Salame chegou a autorizar a R$ 3,00, mas depois voltou atrás.
Segundo Elvécio, as empresas Nassom e TCA têm 70 veículos em circulação e cerca de 400 colaboradores e, neste final de ano, a necessidade de pagar décimo terceiro salário está deixando as duas num beco sem saída. “Quando se parte para outras cidades do porte de Marabá, que têm custo de operação menor que aqui, a tarifa gira entre R$ 3,40 a R$ 3,50”, alega.
Ele revelou que em alguns momentos do dia e também em finais de semana e feriados, é preciso reduzir a frota em circulação, operando com a capacidade total apenas em horário de pico. “A população não percebe o que estamos passando. Nossa receita é abaixo do nosso custo operacional e isso está nos deixando preocupados”, diz.
Com a Assessoria de Comunicação fechada nesta quarta-feira, a Reportagem do CORREIO entrou em contato direto com o prefeito João Salame, o qual informou que deverá receber os representantes das empresas de transporte coletivo de passageiros hoje, quinta-feira, dia 3 de novembro.
(Ulisses Pompeu)
Fonte: CT ONLINE
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