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Em Marabá-PA, pé amputado é furtado de Hospital e encontrado no centro da cidade

Um pé amputado de uma paciente do Hospital Municipal de Marabá (HMM), localizado na Nova Marabá, no último dia 10 (quinta-feira) desapareceu do necrotério da casa de saúde nesta segunda-feira (14) e reapareceu pouco depois no Núcleo Cidade, em posse de um homem com aparentes transtornos mentais. Ele viajava tranquilamente em um ônibus coletivo, levando o pé embrulhado em papel jornal e dentro de uma sacola, até que foi percebido.

O caso foi apresentado na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil e, conforme a diretora, delegada Simone Felinto, os diretores do hospital deverão ser intimados na próxima semana para prestarem esclarecimentos sobre o destino dado aos membros amputados naquela casa de saúde. Conforme o sargento José Alves da Costa, uma pessoa visualizou o homem transportando o pé e acionou o Núcleo Integrado de Operações Policiais (Niop-190).

“O Niop repassou a informação às viaturas e fizemos incursões até conseguirmos realizar a abordagem próximo ao prédio do INSS. Foi constatado que realmente ele estava em posse de um pé metido dentro da calça, então o trouxemos para a delegacia”, informou, acrescentando que a guarnição questionou o homem sobre a procedência do membro, ao que ele informou ter pegado o pé no HMM. “Fomos ao hospital e constatamos que realmente foi amputado de uma pessoa que estava internada”.

O homem declarou à Polícia Militar, ainda, que acreditava se tratar do pé da avó – que está internada no local para ser submetida a uma cirurgia de amputação – e que pretendia guardar o membro para sepultá-lo junto do corpo dela, quando esta falecesse.  “Segundo o serviço social do HMM no dia da cirurgia tinha sido comunicado à uma empresa funerária que o membro estava lá, mas os agentes funerários estavam envolvidos em outras situações e achamos que eles acabaram esquecendo”, comentou o sargento.

Conforme ele, o caso demonstra, no entanto, insegurança no necrotério da unidade hospitalar. “O certo seria que o HMM tivesse um local trancado ou uma pessoa tomando conta desse necrotério porque se um cidadão igual a este chega lá e furta um membro pode chegar e furtar um corpo, de uma criança, por exemplo, que é fácil de carregar. Essa pessoa visivelmente apresenta um transtorno mental”, acrescentou.

A assistente social Rita de Cássia Costa, do Serviço Social do HMM, esteve na delegacia e esclareceu à Polícia Civil que o pé foi amputado de uma mulher em decorrência de uma doença arterial crônica e que nestes casos o hospital comunica à funerária para que esta faça o sepultamento. A assistente acrescentou que a situação foi devidamente comunicada à funerária ainda no dia 10, mas não houve o recolhimento. Ela informou, ainda, que o homem que subtraiu o membro já esteve internado na ala psicossocial do HMM e possivelmente apresenta distúrbio mental, além de ser dependente químico. Por fim, a servidora acrescentou que ele entrou na unidade hospitalar pulando o muro.

“A gente acionou a funerária para levar, mas infelizmente eles demoraram para buscar e aconteceu isso. Quando é amputado membro de paciente a gente aciona a funerária que providencia o sepultamento autorizado pela família. Inclusive temos a documentação para comprovar e o membro fica no necrotério até eles (funerária) buscarem”, informou ela.

Procurado, o homem detido preferiu não se manifestar. De acordo com a delegada Simone Felinto, em relação à subtração do membro o caso não se enquadra em nenhum tipo penal, por isso o homem responsável pela situação foi liberado. Ela diz que o caso não pode ser tratado como furto, por exemplo, por que este se trata apenas de crime patrimonial. A delegada acrescentou, ainda, que não foi possível colher o depoimento dele, uma vez que ele não estava dizendo frases coerentes. O membro foi encaminhado para sepultamento.

Saiba mais

Procurada, a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM) confirmou as informações prestadas pela assistente social do Hospital Municipal, informando que em caso de amputação o membro é levado para o necrotério e o hospital entra em contato com a funerária para recolhê-lo e realizar os procedimentos legais. No caso em questão, no entanto, o hospital ainda estava aguardando o recolhimento quando o homem entrou no local e retirou o pé. (Luciana Marschall/Correio Tocantins)

Fonte: www.folhadobico.com.br/categoria/para



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