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Moradores sem água há 17 dias

Os moradores do Residencial Tiradentes, localizado no núcleo São Félix, fecharam a BR-222 e atearam fogo em pneus, na manhã desta segunda-feira (5), em protesto contra a falta de atenção no local. Eles reivindicam a normalização e a qualidade do abastecimento de água que há cerca de 17 dias foi interrompido em decorrência de um acidente, em que um caminhão teria colidido com os postes de energia que alimentam duas bombas hidráulicas no Residencial Tiradentes.

A insatisfação dos moradores do Residencial com os problemas do bairro são de longa data, e essa não é a primeira vez que a rodovia é fechada em protesto. Além da falta d’água, os moradores também reclamam que convivem com esgoto a céu aberto, problemas na pavimentação das vias que cortam o residencial, falta de qualidade da água no local, ruas e praças tomadas por mato, falta de coletivos circulando no bairro – e uma série de outros problemas.

Indignação

Morador no residencial, Hermes Pereira dos Reis indigna-se com a situação. Em entrevista ao CORREIO, ele diz que interromper o trânsito não é “certo”, mas que só dessa forma eles conseguem chamar a atenção do poder público e da construtora HF Engenharia e Empreendimentos, responsável pela obra do Residencial Tiradentes.

“Já fizemos ofício, já procuramos o governo, as crianças precisam tomar banho para ir para o colégio. O esgoto todo estourado, a fedentina é imensa, a gente está almoçando e a catinga da fossa tá lá, provocando enjoos. Dizem que vão resolver, só não dizem quando. Chegamos no nosso limite. O saco encheu”. Se depender deles ficamos sem água”, desabafa Hermes.

Ele relata ainda que os moradores do residencial nunca tiveram água de qualidade. “Se a gente quer beber, tem que comprar água”, reclamou, acrescentando que a pista estava sendo liberada aos poucos para o tráfego fluir, mas precisaram fechar completamente após uma carreta quase atropelar os manifestantes.

Já o morador Valdir Ribeiro mostrou para a imprensa presente ao local um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que teria sido firmado na Câmara Municipal, em 2011, com a presença de representantes da construtora HF, da Prefeitura e do Ministério Público Estadual, para melhorar o fornecimento de água no bairro, mas que nunca foi cumprido, segundo Valdir.

“Desde então estamos esperando a entrada do coletivo no residencial, asfalto, água de qualidade. Reivindicamos para que os órgãos responsáveis possam ver a situação dessa população que não aguenta mais ficar sem água, ninguém toma mais banho, e quando toma é de um pouco de água emprestado do vizinho”, frisa.

Mais reclamação

Na contramão da manifestação estavam os condutores presos no engarrafamento. À unanimidade, os entrevistados disseram ser contra o fechamento da rodovia, embora alguns concordassem com a manifestação.

“Eu acho errado [fechar a rodovia], se a pessoa quiser fazer manifestação, faz, mas não tem nada a ver fechar a rodovia, porque a gente não tem nada com isso”, disse o motorista de ônibus Zenivaldo da Silva.

Já Cauby Lima, que vinha de Bom Jesus do Tocantins disse que a manifestação deveria ter sido feita em outro local. “Eu acho que tinham que fazer isso na Câmara dos Vereadores e não tirar o direito de ir e vir. Eu concordo com eles, mas está prejudicando”, opinou.

Outro lado

Em nota, a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop) informou que quando houve a colisão, o órgão enviou uma equipe técnica ao local, constatando que o transformador havia sido danificado e toda a fiação elétrica das bombas havia sido furtada. Para regularizar o abastecimento de água, a Secretaria explica que foi feita uma ligação provisória, mas a equipe notou que, em uma das bombas, o cabo foi rompido na base do aparelho de sucção, sendo necessária a retirada do equipamento. “O serviço de recuperação está sendo realizado no momento”, diz o comunicado.

Sobre o esgoto, a Sevop também informou ter disponibilizado um caminhão limpa-fossa para o Residencial Tiradentes a fim de minimizar os transtornos.

“Todas as demandas do Residencial Tiradentes, inaugurado em junho de 2013, são de responsabilidade da empresa HF Engenharia, que construiu o conjunto, uma vez que a obra ainda está na garantia de cinco anos, conforme contrato com o Governo Federal. Essa construtora, entretanto, apesar de já ter assinado TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) diante do Ministério Público Estadual, nunca procurou reparar as falhas detectadas após a entrega das 1.400 unidades habitacionais.”, diz a nota.

O CORREIO entrou em contato com a empresa HF Engenharia, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

(Jackeline Chagas)

Fonte: www.ctonline.com.br



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