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Crise afeta entidades em Marabá

Os efeitos da crise econômica têm provocado uma queda brusca nos valores das doações, afetando o terceiro setor, que compreende as Organizações Não-Governamentais (ONGs), em Marabá. Não só a quantidade de dinheiro, mas doações de roupas e alimentos também diminuíram. O CORREIO entrou em contato com algumas dessas entidades para saber o que elas têm feito para conseguir driblar a conjuntura desfavorável e manter as atividades.

No Lar São Vicente, situado na Folha 6, núcleo Nova Marabá, que abriga 31 idosos, a situação não é diferente. Além de fazer uso de 70% da aposentadoria dos internos em benefício dos próprios idosos, conforme autoriza o Estatuto do Idoso, a direção da entidade também realiza campanhas para arrecadar dinheiro e conseguir manter o abrigo.

Uma delas foi a Campanha dos R$10, que consiste no cadastro de pessoas que se voluntariam a doar R$10 por mês à Instituição. “A campanha funcionou razoavelmente até setembro de 2016, depois começou uma onda de demissão em massa e, por isso, sofremos um abalo. Muita gente que colaborava era servidor público [contratado] e acabou saindo. Mas, a gente vai se virando como pode, pedindo ajuda, tentando fazer o possível, porque a gente sempre trabalha no vermelho”, contou André Vianello, um dos diretores do Lar São Vicente de Paulo.

A dificuldade também atingiu o Centro Social Viva Feliz de Marabá, situado na Folha 16, que viu a doação de cestas básicas cair 100% no último ano. “Nossa entidade tem 150 famílias cadastradas. Nós recebíamos muitas cestas básicas, mas este ano não recebemos nenhuma. Teve ano que distribuímos 500 brinquedos, mas no último Natal só conseguimos distribuir 180, com a ajuda do movimento Mulheres Margaridas, que fizeram um evento com essa finalidade”, disse a professora Emiliana da Silva Santos, uma das fundadoras da instituição.

O Centro Social Viva Feliz oferta cursos profissionalizantes e de capacitação graças às parcerias firmadas com empresas e voluntários que tem o compromisso de disponibilizar um valor mensal, de acordo com as possibilidades de cada um, para que a ONG possa realizar suas ações.

Balanço

A Reportagem conversou também com a coordenação do movimento Mulheres Margaridas, que atende, há cinco anos, mulheres trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas e dá assistência a outras instituições femininas, trabalhando temas como saúde, educação e violência.

Indagada sobre o balanço das atividades e arrecadações em 2016, a coordenadora Luana Bastos conta que o resultado foi menor, mas ainda assim positivo. Entretanto, as empresas estão mais criteriosas na hora de doar.

“Depois da crise, os parceiros estão mais exigente, requerendo ofício e a apresentação de projeto antes de efetivar a doação, além de querer participar da maioria dos eventos que realizamos. Eles estão investindo, mas estão acompanhando até para controlar as próprias despesas”, comentou Luana.

Para tentar driblar a crise e evitar que o grupo de voluntários do movimento diminua, Luana diz que são emitidos certificados, comprovando o trabalho voluntário.

“Nosso grupo é formado por muitas mulheres jovens que fazem faculdade, e a experiência em atividades de voluntariado é positivo para o currículo delas. Como nós damos o certificado, é mais fácil mantê-las no projeto”, conta.

(Jackeline Chagas)

Fonte: www.ctonline.com.br



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