Ainda às voltas com os casos de dengue, zica e chikungunya que costumam fazer suas maiores vítimas no período do verão amazônico, o marabaense começa a se preocupar e ir aos postos de saúde atrás da vacina contra a febre amarela, também transmitida pelo Aedes aegipty. A demanda pela vacina cresceu em todo país após a confirmação de 184 casos, com 46 mortes em Minas Gerais. Quem procurou se prevenir, porém, voltou para casas sem se vacinar e reclamando nas redes sociais não ter encontrado a vacina, mesmo tendo ido a vários postos da cidade.
A equipe de Reportagem do Jornal CORREIO saiu a campo para checar a informação, percorrendo alguns postos de saúde na manhã desta quarta-feira (18) e pôde constatar a grande procura pela vacina. Em um dos postos visitados pela equipe, o Pedro Cavalcante, na entrada do núcleo Cidade Nova, muita gente aguardava atendimento, principalmente pais que acompanhavam os filhos para atualizar a carteira de vacinação, com a vacina contra a febre amarela.
O agente de endemias, Ernildo Ribeiro, que acompanhava o filho de 12 anos para tomar a dose, contou que havia esquecido de atualizar a carteira da família, mesmo trabalhando na área. “Quando me lembrei de olhar a carteira de vacinação do meu filho vi que a vacina dele estava atrasada. Foi um descuido, mas já estamos aqui para nos prevenir”, disse.
Ele também confirmou a dificuldade de achar a vacina contra a doença nos postos. “Eu sei que agora todo mundo quer se prevenir. Por isso, as vacinas acabam mais rápido. Ontem [terça, 17], eu procurei o posto Jaime Pinto, e fui informado que tinha acabado. Hoje eu vim aqui (no posto Pedro Cavalcante) tentar a sorte e consegui”, declarou.
O posto de saúde Mariana Moraes, no Km 07, estava bem movimentado e com uma enorme fila aguardando a imunização. Enquanto os funcionários do posto atendiam a ordem de chagada, técnicos de outros setores ajudavam a organizar a fila, avaliando e atualizando as carteiras de vacinação dos usuários.
A doméstica Maria do Carmo, de 58 anos, disse que ficou assustada ao saber, pela imprensa, o número elevado de pessoas infectadas com a doença em Minas Gerais. “Corri pra ver se a minha carteira de vacinação estava atualizada e percebi que estava vencida. Tomei a última dose em 1995. Com a saúde não se brinca”, alertou.
Alerta
Em entrevista ao CORREIO, o infectologista Alex Freitas afirma que o surto é preocupante e que a população precisa de manter imunizada. “A vacina é a forma mais eficaz de prevenir a febre amarela. O alerta é válido para todos”, advertiu, destacando que a doença não tem tratamento especifico e que a vacina não deve ser tomada em intervalos menores do que 10 anos.
Além do calendário de rotina, que prevê a aplicação de uma nova dose dentro desse intervalo, a imunização também é recomendada para pessoas que estão com viagem programada para países onde existam registros de casos da doença, de acordo com as orientações contidas no Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
Em nota ao CORREIO, a Assessoria de Comunicação da prefeitura declarou na tarde desta quarta-feira (18), que todas as unidades de saúde já estão abastecidas com a vacina contra a febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informou que as pessoas devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência ou onde já possui cadastro.
Também procurada pela Reportagem, a secretaria de Saúde do Pará (Sespa) informou que nenhum caso de febre amarela foi registrado em Marabá nos últimos 20 anos, de acordo com o Sistema de Informação e Agravos de Notificação (Sinanet).
SAIBA MAIS – Não devem tomar a vacina, grávidas, crianças com menos de seis meses, pessoas alérgicas ao ovo e àquelas sem registro do vírus. Pessoas acima dos 60 anos, com histórico de doenças que comprometam o sistema imunológico devem procurar o médico antes de se vacinar.
(Larissa Rocha)
Fonte: www.ctonline.com.br
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