A intensa chuva registrada no último final de semana em Marabá causou transtornos a moradores de praticamente todos os núcleos da cidade, com pontos de alagamento em várias áreas. Um dos lugares mais prejudicados, o Bairro Laranjeiras, teve sua principal avenida, e também o espaço onde está instalada a feira, cobertos por água. A reportagem do CORREIO percorreu os pontos mais críticos nesta segunda-feira (13) e conversou com pessoas atingidas pelos temporais.
Antônio Silva, morador da Avenida Antônio Vilhena, acompanhou toda a inundação e reclamou da atual situação do bairro. “Novamente uma cheia, e bem maior do que a última que teve. O prejuízo é imenso, os móveis todos se acabam, vai embora geladeira, fogão, televisão, e fica intrafegável aqui”, lamentou, frisando que quando a enxurrada vem, ele passa dias fazendo a limpeza da casa.
Para Antônio, é necessário que o poder público pense formas de preparar a cidade para situações de emergência como essa. E diz estar de acordo com a remoção de qualquer construção que tiver obstruindo os canais de escoamento. Flávio Sousa, proprietário de uma serralheria no bairro, vai além e diz que a ação de limpeza que está sendo realizada pelo município não é suficiente.
“Já é a terceira vez que enche só este ano. É por causa dessas bueiras que não dão conta da água. E toda vez é isso. Eles estão limpando, mas só que a limpeza não resolve. Tem que projetar outra forma, porque isso aí nunca funcionou”, afirma. De acordo com ele, em seu estabelecimento, máquinas e insumos já foram perdidos para a chuva.
Bueiros transbordam e água invade Feira do Laranjeiras
O temporal ocorrido no último domingo (12) deixou a Feira Dionor Maranhão, conhecida popularmente como Feira da Laranjeiras, totalmente alagada. Fotos de barracas e feirantes em meio à água circularam pelas redes sociais e chamaram a atenção das autoridades com apelos para que resolvessem o problema do local.
José Messias Rocha, administrador da feira, relatou que os bueiros da região estão entupindo facilmente nos dias chuvosos. “As ruas até estão limpas, mas, às vezes, acontece de um morador deixar na calçada alguma sacola, que é carregada pela chuva até os bueiros”. Segundo ele, o espaço foi invadido por água e lama, porém após uma força tarefa realizada pelos feirantes, ficou limpo e organizado.
José Messias também contou que diariamente há recolhimento de lixo na feira, mas que no domingo isso não acontece. “Eles varrem a feira, colocam o lixo do lado de fora e na segunda, pela manhã, há recolhimento”, destacou. Outro problema que contribui para a inundação do espaço são as goteiras e as calhas antigas do prédio.
“O secretário Múcio Andalécio já esteve aqui no domingo e eu já mostrei para ele. Mas é aquela coisa, a feira foi inaugurada em 2003, nós já estamos em 2017 e as calhas são as mesmas. E como elas são de zinco, não tem como não furar. Foi solicitada a troca diversas vezes nos outros governos, e isso nunca foi feito”, confirmou.
A feirante Luciene Menezes dos Santos lamentou o ocorrido, ressaltando que todos os anos passa pela mesma situação. “Toda vez que chove nós temos prejuízos, as lojas enchem de água e queremos que olhem para a gente. Tem que limpar os bueiros e endireitar a calha daqui”, confirmou.
Ela disse que comerciantes de produtos eletrônicos perderam aparelhos para a chuva e que outros que usavam a parte inferior das barracas para guardar mercadorias também acabaram prejudicados.
Lixo em bueiros e galerias são a causa dos alagamentos
O CORREIO entrou em contato com Túlio Rosemiro da Silva Pereira, coordenador do Departamento de Postura de Marabá e também responsável pelas operações emergenciais, que revelou que o maior problema dos alagamentos está na obstrução dos bueiros e galerias de esgoto.
“A questão das chuvas é que os bueiros estão todos entupidos, por causa de lixo e de construções irregulares. O que a gente está fazendo de emergencial é desentupir e desobstruir algumas galerias. Só que a nossa demanda é muito grande, e como o inverno chegou com essas chuvas em dias seguidos, alagou a maioria das ruas”, confirmou.
Segundo ele, além do Bairro Laranjeiras e da grota do aeroporto, as Folhas 33, 32, 16, 11 e 5, e o São Félix foram os locais mais atingidos pelos alagamentos. “Nós estamos com equipes na cidade para desobstruir os bueiros e onde as ruas estão intrafegáveis, nós vamos colocar escória”, garantiu. Túlio ainda revelou que já foi solicitada mais uma doação de escória à empresa Sinobras, para dar continuidade às operações de “tapa-buracos” no município.
(Nathália Viegas)
Fonte: CT ONLINE
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