As condições da rodovia de alguns trechos da Transamazônica sempre foram alvo de muitas reclamações, entre elas a falta de asfaltamento, como a BR-320, que liga Marabá à Altamira, que já foi motivo de muitos protestos, principalmente de índios da etnia Parakanã. A obra de pavimentação da BR-230 teve início em 2013, mas 73 km de estrada não recebeu pavimentação por conta dos protestos indígenas.
Em entrevista ao CORREIO, Jairo Rabelo, analista de infraestrutura do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) e responsável pela unidade de Marabá, contou que as obras vão ter continuidade. Após anos de estudo do Plano Básico Ambiental (PBA) e de negociação, os índios Parakanã aceitaram que o trecho seja asfaltado.
O perímetro que liga a vila de Cajazeiras, em Itupiranga, a Novo Repartimento, o equivalente a 73 km de estrada, está sem pavimentação, sendo que 33 km correspondem à área da reserva indígena. Até então, o local só recebia trabalho de manutenção. “Nós temos aqui a reserva dos Parakanãs e nós não tínhamos a anuência da Funai para fazer a obra de pavimentação. Agora que houve um acordo”, afirmou Jairo.
Ele explicou que além desses 33 km, os 20 km que antecedem a reserva e os 20 km depois também não têm asfalto. Segundo Jairo, há um contrato de construção em vigência desde 2013, que prevê toda a pavimentação da BR-230, de Marabá á Altamira. Na época, índios proibiram que o maquinário realizasse a obra, cobrando melhores condições de saúde, pavimentação e energia elétrica.
O analista ainda acrescentou que os consórcios selecionados em 2013 foram o Tamasa Cimcop Concresolo, que ficou responsável pelo asfaltamento até Cajazeiras, e o Sanches Tripoloni, que ficou com 30 km da estrada, partindo da ponte do Arataú até Novo Repartimento.
Jairo explicou que o planejamento para este ano segue o cálculo considerado executável. “A previsão para este ano é fazer a pavimentação de 35 km dessa estrada. Além disso, nós vamos avançar também no serviço de terraplanagem. E o serviço dentro da reserva, voltado para a drenagem”.
Esse planejamento pode ter mudanças de acordo com a situação financeira do órgão. “Em 2013 nós tínhamos a verba para a realização dessa obra, e agora estamos em situação delicada. O calendário de obras pode sofrer alterações por conta disso”, pontuou, lembrando que na região de Altamira há uma situação parecida, com um trecho sem asfaltamento que ainda está sendo negociado com a reserva indígena Araras.
(Larissa Rocha)
Fonte: CT ONLINE
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