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Vaginismo
Algumas mulheres apresentam espasmos musculares involuntários na região genital. De acordo com a médica ginecologista Flávia Fairbanks, o vaginismo pode ser leve, moderado ou severo. No primeiro caso, a mulher sente incômodo, mas consegue transar. Quando a dor é moderada, ela só consegue permitir a penetração eventualmente. Quando atinge o último nível, o sexo se torna impraticável. As contrações são mais comuns em mulheres ansiosas, que têm o costume de contrair o abdômen. “Ao longo do tempo isso foge do controle e então a mulher precisa de ajuda para conseguir relaxar a musculatura vaginal”, afirma a fisioterapeuta Cristiane. O tratamento para o vaginismo associa acompanhamento psicológico e fisioterapia do assoalho pélvico, que envolve vagina e ânus.
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Contraturas musculares
A vagina tem músculos que podem ter contraturas musculares, como na cervical, por exemplo. Esses pontos de dor aguda fazem com que a mulher sinta dor durante o sexo, já que o local se torna rígido ao ser tocado pelo pênis. Aqui, o incômodo não é tão agudo como no primeiro item. “É como um torcicolo vaginal”, explica a fisioterapeuta Cristiane. “A vagina precisa ser elástica, tanto para receber a penetração quanto para a passagem do bebê”. Segundo a especialista, esse é o caso mais comum que chega à clínica de fisioterapia.
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Endometriose
É uma doença que faz o tecido uterino crescer fora do útero. A endometriose gera reações inflamatórias nos ligamentos baixos do útero, que são tocados pelo pênis na hora da relação sexual. Esse contato causará um dor aguda. Toda vez que sentimos dor, segundo Carolina, o organismo gera uma resposta muscular de tensão. Ao passar pela situação várias vezes, a tendência é a musculatura enrijecer ainda mais. Além da endometriose, outras ocorrências ginecológicas, como miomas e inflamações pélvicas, podem provocar o incômodo. A médica ginecologista Flavia Fairbanks afirma que, na maioria dos casos, o primeiro sinal para descobrir muitas doenças é a queixa de dor no sexo. Leia mais
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Vulvovaginite
Este item engloba as famosas infecções na vagina, como candidíase e infecção urinária. Na maioria dos casos, os sintomas envolvem coceira, irritação local, ardor e corrimento. Em ocorrências do tipo, o melhor é evitar relações sexuais por conta de possíveis incômodos e contaminação do parceiro.
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Posições sexuais
É algo bastante particular de cada mulher. A ginecologista Carolina Ambrogini alerta que pode haver dor sem nenhum outro motivo mais grave quando o pênis bate no colo do útero durante penetrações profundas, como na posição de quatro apoios. Entretanto, se a dor for recorrente para diversas posições, o melhor é procurar um especialista para investigar se há outra causa.
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Transtornos de desejo
Não é só na fase da menopausa que pode ocorrer queda da libido. Se a mulher não está excitada o suficiente, tentar a penetração será desconfortável pela falta de lubrificação. Entretanto, por algum desequilíbrio hormonal, que deve ser analisado caso a caso, também pode acontecer de ela ter vontade de transar, mas não ficar lubrificada suficientemente –esses casos são classificados como transtornos de desejo. “Em ambos os casos, é importante ter um diálogo aberto com o parceiro para falar a respeito. E procurar ajuda especializada”, explica Carolina Ambrogini.
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Alergia à camisinha
Muitas mulheres não se dão conta, mas têm alergia ao látex da camisinha, o que causa irritação e ardência na região vaginal. Entretanto, não é motivo para fazer sexo desprotegido, pois já existem preservativos antialérgicos.
Sentir dor –ou qualquer incômodo– na hora do sexo não é normal. Mas se você passa por isso, não está sozinha. Estima-se que 21% das brasileiras sexualmente ativas sentem dor durante a relação, segundo estudo do Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade) da USP (Universidade de São Paulo).
A mesma entidade fez uma pesquisa com cerca de 3 mil mulheres, de 18 a 70 anos, e chegou à conclusão de que mais da metade não chega ao orgasmo. Entre os motivos, quase 60% apontaram a dor como principal causa.
A psicoterapeuta sexual Sheila Reis, diretora de relacionamento da Sbrash (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana), recebe muitas pacientes com esse tipo de queixa. De acordo com ela, quando não há um problema físico –diagnosticado pelo ginecologista– a raiz da questão está em fatores emocionais, como a educação repressora e crenças religiosas.
“A mulher escuta desde cedo que ‘vai doer’ e não é incentivada a conhecer o próprio corpo. A primeira vez dói e muitas associam sofrimento ao sexo. Está errado”. Além disso, o tabu de falar sobre o assunto faz o público feminino guardar para si suas agonias.
O termo técnico para dor recorrente durante a relação sexual com penetração é dispaurenia. Entretanto, os fatores que levam a dor no sexo são diversos, e a penetração pode até não acontecer por conta da dor na região. Por isso, as especialistas entrevistadas pelo UOL dizem que a primeira atitude ao sentir qualquer incômodo na transa é procurar o ginecologista para entender as causas e o tratamento mais adequado.
A seguir, entenda as causas mais frequentes para a dor :
Consultoria | Carolina Ambrogini, médica ginecologista e especialista em sexualidade do ambulatório do Projeto Afrodite da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Sheila Reis, psicoterapeuta e diretora de relacionamento da Sbrash; Cristiane Carboni, fisioterapeuta pélvica, especialista em sexualidade humana pela Sbrash e mestre na reabilitação do assoalho pélvico; Flávia Fairbanks, médica ginecologista pela USP (Universidade de São Paulo).