Em 104 anos de história, Marabá viveu tempos de investimentos e geração de renda, com desenvolvimento do comércio, duplicação de estradas e movimentação no mercado imobiliário. No entanto, passou também por momentos turbulentos, com aumento de desemprego e crise na gestão pública. Em 2009, há exatos oito anos, viveu a falsa esperança de implantação do projeto Aços Laminados do Pará (ALPA). E, atualmente, convive com o sonho da instalação da siderúrgica Cevital na cidade.
Embora tenha passado por situações conturbadas, o certo é que a centenária Marabá aos poucos vai se reerguendo. Com a retomada do crescimento no setor de construção civil e a chegada de novos empreendimentos, tem ganhado força para se firmar como uma das maiores cidades do Pará e como polo econômico das regiões sul e sudeste do estado.
Cevital
Uma das razões do reaquecimento da economia local foi o andamento das negociações da Cevital com o governo estadual e a mineradora Vale nos últimos meses. Em junho do ano passado, eles um assinaram acordo para viabilizar a construção e funcionamento da siderúrgica. Foram vários meses de negociação até que se chegasse ao Memorando de Entendimentos, que estabelece o interesse da Cevital em implantar o empreendimento.
E também que fixa as condições de transferência dos terrenos e licenças da Aços Laminados do Pará (Alpa), pela Vale, à Cevital, além das condições de fornecimento do minério de ferro e transporte ferroviário do minério e do aço pela Vale em favor da Cevital, incluindo transferência de tecnologia, entre outros itens.
O empreendimento começou a trazer a vitalidade e ânimo a todos com relação ao desenvolvimento do Estado. Desde os projetos de fortalecimento na área de agroindústria no Pará, criando empregos e agregando valores aos produtos. Segundo o Grupo Cevital, a expectativa da empresa é de que as obras para a instalação da nova siderúrgica comecem em 2017 e o empreendimento entre em operação em 2019.
A previsão é de que os investimentos na siderúrgica somem o montante de 4,5 bilhões de dólares. Caso venha a funcionar, de fato, a siderúrgica de Marabá geraria 2,5 mil empregos diretos, além de 6 mil a 8 mil empregos indiretos.
Supermercados
No fim do ano passado, uma grande rede atacadista começou a se instalar em uma área de 40.000 metros quadrados às margens da Rodovia Transamazônica, na Folha 33, e logo deu início às obras no local, com previsão de inauguração ainda no primeiro semestre deste ano. Atualmente, o empreendimento, que vem movimentando o setor de construção civil local, exibe uma estrutura quase finalizada, com dezenas de trabalhadores empregados para realizar a sua conclusão. A previsão é de que quando estiver em funcionamento, o que deve ocorrer nos próximos meses, o grande mercado gere cerca de 600 empregos na cidade.
Outro empreendimento na mesma Rodovia Transamazônica, Km 4,5, de uma rede de supermercados conhecida no Estado, vem animando os ânimos dos marabaenses. Localizada na BR-230 a obra deve ser finalizada até o meio desde ano. Ela, que também está em fase de finalização, já exibe um prédio pintado e bem estruturado, com a colocação de vidros e divisões de cômodos na parte interna. Com estas construções, o setor de construção civil na cidade segue aumentado a expectativas de geração de renda na região e atraindo mais investidores para Marabá.
OIT
Junto aos grandes empreendimentos previstos para a região, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem realizando estudos sobre as questões correlatas ao mundo do trabalho e ao desenvolvimento sustentável desta região, com a intenção de implantar a Agenda do Trabalho Decente Carajás, que tem como objetivo criar o planejamento para enfrentar pontos centrais em políticas relacionadas ao trabalho, como o desemprego, condições de trabalho, sustentabilidade, geração de emprego e renda.
Segundo a OIT, entende-se como trabalho decente aquele produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todos os trabalhadores. A Agenda Carajás deve atender Marabá e 38 municípios do sul e sudeste do Pará.
(Nathália Viegas e Larissa Rocha)
Fonte: CT ONLINE
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