Animais acolhidos na Fundação Zoobotânica de Marabá estão em situação de risco, segundo o presidente da instituição, Jorge Bichara. Com base em informações passadas por ele à reportagem do CORREIO, devido a constante ação de caçadores e a falta de uma guarda armada no parque, os animais ficam expostos, sem qualquer segurança. “O que consideramos mais grave é a presença de pessoas que adentram a área do parque com o objetivo de caçar os animais que estão ali para serem preservados. Infelizmente, não temos coibir essas ações”, declarou.
É intenção da fundação que administra o lugar fazer uma parceria para combater esse tipo de prática com a recém-criada Guarda Ambiental do município. “Por coincidência, nós encontramos os caçadores com sacos de caça e chamamos a polícia e o Ibama”, afirmou.
Outro problema apontado por ele é a ocorrência de queimadas que tomam conta do município logo após o período chuvoso. “A partir do momento em que vão se encerrando as chuvas, a gente já vai cuidando para que o fogo não invada a nossa área, como já aconteceu duas vezes”, informa.
“Mesmo com toda boa vontade, porém, o trabalho do Ibama, no âmbito da proteção ambiental, carece de apoio institucional, com recursos financeiros e de infraestrutura. Na primeira reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente, em que ocupamos uma cadeira em Brasília, eu reclamei do desmonte que se propagou nos últimos 16 anos no Ibama e Instituto Chico Mendes”, ressaltou.
População
A Fundação Zoobotânica de Marabá abriga atualmente cerca de 360 animais em uma área de 1500 hectares e conta com o auxílio de 12 funcionários contratados e dois servidores públicos, cedidos por meio de convênio com a prefeitura. O parque fica aberto à visitação de quarta-feira a domingo, de 8 às 16 horas.
Segundo Bichara, o espaço hoje é mantido com o dinheiro de doações e também com o apoio de instituições como Ibama, Instituto Chico Mendes, Justiça Estadual e Ministério Público. Ele ainda afirmou que o custo para manter o parque é alto. “Mas vale a pena, a fim de que tenhamos uma área pública naturalmente preservada”.
Para o biólogo Manuel Ananis, responsável técnico do parque, é importante que a população lembre que o espaço não é um zoológico. “A gente recebe a visita, porque achamos que não adianta só prender o animal e não trabalha-lo, tem que ter um objetivo, então é usado para a educação ambiental. Mas eles não estão lá para o povo ficar admirando. Eles são a maior prova de que não se deve tirar animal nenhum da natureza”, atentou.
(Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)
Fonte: CT ONLINE
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