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“Fora Temer” ecoou em Marabá

Dezenas de estudantes, professores e integrantes de movimentos sociais se reuniram em frente ao Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), na Folha 31, Nova Marabá, para protestar contra o atual presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB). A manifestação ocorreu na noite da última quinta-feira (18), seguindo o exemplo de, pelo menos, 29 outros municípios brasileiros, em 21 estados, que também tiveram movimentos semelhantes.

A mobilização aconteceu após a divulgação do áudio de uma conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, gravado pelo executivo na noite do dia 7 de março no Palácio do Jaburu, em que ele e Temer falam sobre a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ainda na quinta-feira (18), Temer chegou a fazer um pronunciamento sobre o caso, afirmando que não renunciaria ao cargo. A abertura de um inquérito para investigar o presidente foi autorizada no mesmo dia pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em Marabá, os manifestantes se concentraram na entrada da universidade, no centro da cidade, fechando a cada três minutos uma das principais vias do núcleo Nova Marabá. Embora o movimento tenha sido realizado de forma pacífica, alguns motoristas mais apressados xingaram os manifestantes e tentaram furar o bloqueio da rua, sem sucesso. Para o professor Rigler Aragão, membro do Fórum em Defesa da Previdência e dos Direitos dos Trabalhadores, só a saída de Temer não basta.

“A gente tem que fazer eleições gerais e diretas no Brasil, porque não adianta cair só o presidente, pois 80% do congresso também está no mar da corrupção. São deputados e senadores comprados por banqueiros, latifundiários, empreiteiras, então a gente vai ter que refundar a república sobre outras estruturas”, declarou.

Ele afirmou ainda que é necessário repercutir este tipo de manifestação em Marabá para que todos tenham consciência do que vem acontecendo no país. “Não pode ser natural que um presidente, envolvido em tantos escândalos de corrupção, fique ainda governando. Não tem mais legitimidade. E que ele saia e leve a reforma trabalhista e da previdência”, opinou.

A estudante de direito da Unifesspa, Bárbara Soares, integrante do cursinho popular Emancipa, que foi um dos organizadores do protesto em Marabá, falou ao CORREIO que a eleição indireta não é o melhor caminho para o país.

“A organização do ato de hoje [quinta] acabou sendo meio espontânea e aconteceu depois da saída dos áudios de ontem [terça]. Mas não é um movimento apenas Fora Temer, porque se o Temer renunciar ou se o impeachment dele acabar saindo, no momento atual do Brasil, a eleição vai ser indireta, ou seja, não vamos votar novamente para escolher o novo presidente. Ele vai ser escolhido por um Congresso e uma Câmara, por pessoas que não vão ter legitimidade”, opinou.

Ela ainda acrescentou que o ambiente universitário é um local onde se encontram os principais movimentos sociais, envolvidos no cenário de luta. “Por mais que aqui tenha pessoas de fora da universidade, dois grandes movimentos que estão fazendo essa luta hoje, o Emancipa e o Levante Popular, são ligados ao movimento estudantil. E a gente faz isso também pela importância dessa luta continua do estudante que acontece desde antes da época desse atual presidente”, destaca.

Movimento em Brasília

Várias centrais sindicais convocaram diversos trabalhadores do Brasil para a “Marcha e Ocupação de Brasília”, marcada para acontecer na próxima quarta-feira (24), contando com o envio de caravanas de pessoas à capital do país. Segundo Rigler, dois ônibus sairão de Marabá rumo ao movimento na segunda-feira (22). Ele estima que cerca de 10 ônibus devem sair do estado do Pará rumo à Brasília.

“A gente acabou de terminar uma reunião e, praticamente, todos os sindicatos de Marabá fecharam o compromisso de alugar dois ônibus, que vão sair na segunda, às 15 horas. E a gente volta no dia 25”, disse. Ele informa que os manifestantes vão participar de todas as atividades previstas na capital federal, desde vigília à atividade cultural.

(Nathália Viegas)

Fonte: CT ONLINE



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