O Pará está entre os poucos estados brasileiros que não registraram piora no índice de pobreza entre os meses de novembro de 2019 e janeiro de 2021. A informação faz parte de um estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Daniel Duque.

Além do Pará, que registrou 45,5 % da população em situação de pobreza, apenas outros dois estados não tiveram piora nesse quadro. São ele o Acre e o Tocantins, com 46,4% e 35,7% de sua população em situação de pobreza respectivamente.

Segundo o estudo, as maiores expansões da pobreza aconteceram no Rio de Janeiro, Distrito Federal e Roraima. No Rio de Janeiro, o índice subiu 6,9 pontos percentuais, passando de 16,9% em 2019 para 23,8% em 2021, chegando a quase um quinto da população. O estado foi o segundo com a maior alta na concentração da população mais pobre; em primeiro lugar está o Distrito Federal, no qual a população pobre foi de 12,9% para 20,8% no período.

São Paulo chegou a 19,7%, com alta de 5,9 pontos percentuais em relação aos 13,8% registrados no final de 2019.
No Nordeste, o Piauí foi o estado com a maior alta (5,3 pontos): de 41,1%, para 46,4%.

A pesquisa levou em consideração os índices de pobreza do Banco Mundial, cuja renda per capita é de até R$ 400 ao mês. De acordo com a pesquisa, a condição de pobreza tem como referência a renda per capita de R$ 160 por mês. O coordenador do estudo, Daniel Duque, também analisou o crescimento da extrema pobreza no país. Das 27 capitais, 18 estão nessa situação.

Segundo ele a alta pode ser explicada principalmente pelas consequências econômicas da pandemia, como a inflação e o desemprego. “Os principais fatores são a grande perda de vagas, devido à pandemia. E não apenas isso, pois houve uma perda de rendimento real de diversos trabalhadores que mantiveram seus empregos. Isso é devido a uma alta inflacionária no último período, que está se acelerando agora ao longo de 2021”, declarou.