Fomos investigar por que o método contraceptivo mais seguro que existe ainda desperta arrepios nas mulheres comuns, mas é o escolhido por grande parte das médicas.
Implantar o DIU leva de dez minutos a meia hora. O procedimento pode ser feito no consultório, sem a necessidade de sedação (mas há quem prefira anestesia, o que requer ambiente hospitalar). Pode acontecer em qualquer momento do ciclo. “Primeiro, o médico realiza uma ultrassonografia transvaginal para conhecer a posição exata do útero”, diz o ginecologista Marcelo Burlá, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Depois, coloca-se um espéculo para abrir a vagina e uma espécie de régua para ver se o útero tem tamanho suficiente para acomodar o DIU — em 99% dos casos, não há problema. O dispositivo é inserido com a ajuda de um aplicador. A ponta do fio é cortada, o espéculo retirado, e pronto. Dá para sair andando do consultório, embora a dor varie de uma mulher para outra. “Algumas pacientes sentem uma cólica um pouco mais forte, que dura entre cinco e dez minutos”, afirma o ginecologista Marcello Valle, da Clínica Origem, no Rio de Janeiro. A engenheira Mariana Ferreira, 33 anos, de Porto Alegre, já está no terceiro DIU: colocou o primeiro há 13 anos, porque tem alergia a absorvente. “Não vou mentir: senti uma dor intensa, como uma cólica megaforte. Mas passou rápido”, conta. “Acredito que compensa, porque reduziu a quase zero o fluxo menstrual.”
É raro: não passa de um caso em mil. “Não é um problema do dispositivo em si, e sim da destreza do profissional que estiver inserindo”, diz o ginecologista Domingos Mantelli Borger Filho, das maternidades Santa Joana e Pró-Matre Paulista, em São Paulo, que indicou o uso para a própria esposa. Converse com quem já colocou o dispositivo para se sentir segura na escolha do médico.
Isso ocorre em 2% dos casos, geralmente durante a menstruação, e é uma reação natural do próprio corpo. Não tem nada a ver com a prática do sexo e também não oferece risco à paciente. Só o prejuízo do valor do DIU — cerca de 200 reais o de cobre e 700 reais o hormonal —, já que é preciso colocar um novo ou trocar de método contraceptivo. É necessário voltar ao médico quatro a seis semanas depois da colocação para ter certeza de que o dispositivo está no lugar correto. E muitas vezes você mesma consegue fazer uma checagem depois de cada menstruação inserindo o dedo na vagina (costuma dar para sentir a pontinha do fio). Na dúvida, vá ao médico e faça ultrassom.
O modelo de cobre pode aumentar o sangramento e a cólica nos primeiros meses. Mas um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, acompanhou 2 100 mulheres por mais de 30 anos e mostrou que o número de queixas não passa de 5%. Já o hormonal reduz o incômodo e pode até fazer o sangramento cessar.
De jeito nenhum. Até melhora, já que afasta o medo da gravidez. Muitas vezes o parceiro consegue perceber, de leve, o fiozinho durante a penetração. Mas não machuca nenhum de vocês dois.
O DIU hormonal pode ser usado no tratamento da endometriose, já que reduz o fluxo. Também proporciona uma proteção contra o câncer endometrial, de acordo com um trabalho apresentado no meeting do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia. O risco de ter a doença cai 40%.
O dispositivo deve ser removido ao final de cinco anos (hormonal) ou dez anos (de cobre), quando deixa de ser efetivo. Ou a qualquer momento se você decidir ter um bebê. É possível engravidar imediatamente depois da retirada, feita em consultório, sem sedação. Algumas mulheres sentem um pouco de cólica, mas é menos intensa do que a que costuma aparecer durante a colocação.
A restrição, a princípio, é só para aquelas que têm sangramento muito intenso, o que aumenta o risco de expeli-lo. “Mas é um excelente método para pacientes com contraindicação ao uso de contraceptivos orais, como as portadoras de hipertensão arterial, diabete, trombose e doenças cardíacas”, diz Marcello Valle. Pode ser usado por fumantes e, de modo geral, também durante a amamentação.
É um corpo estranho dentro do organismo, não se pode negar isso. Daí a desconfiança de que faria crescer a chance de infecção (principalmente por gonorreia e clamídia) e inflamação. Mas uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos EUA, com 60 mil mulheres, apontou que o risco é baixíssimo.
Fonte: www.mdemulher.abril.com.br
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