Badalado

Notícias

A pedido de oposição, MP apura indicação de Daniela Barbalho a cargo vitalício no TCE

MP pede informações à Alepa, após representação de parlamentares estaduais e federais pedir comprovação de atuação profissional da esposa do governador Helder, ‘postulando apuração dos fatos e adoção de providências’.

A indicação de Daniela Barbalho pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) ao cargo vitalício de conselheira no Tribunal de Conta do Estado (TCE) foi questionada em uma representação protocolada no Ministério Público do Pará (MPPA).

Daniela é esposa do governador Helder Barbalho (MDB). O nome dela foi aprovado em sessão na Alepa nesta terça-feira (14). A assessoria da primeira-dama foi procurada, mas ainda não deu respostas.

Segundo o MPPA, foi protocolada na sexta-feira (10), às 16h57, “três minutos antes do encerramento do protocolo regular”, uma representação formulada por parlamentares estaduais e federais, “postulando apuração dos fatos e adoção das providências cabíveis subsequentes”.

O MPPA informou que, no primeiro dia útil seguinte, na segunda (13), “seguindo o procedimento de praxe, foi expedido requerimento de informações à presidência da Alepa”, representada pelo deputado estadual Chicão (MDB). Agora, a Alepa tem prazo de 10 dias para responder ao MP.

g1 solicitou nota de posicionamento da Alepa sobre o assunto, mas ainda não havia recebido resposta até a publicação da reportagem.

Já o TCE informou, por meio de assessoria, que não foi notificado oficialmente.

A representação é assinada pelos deputados estaduais Rogério Barra (PL), Toni Cunha (PSC), Caveira (PL); o deputado federal Éder Mauro (PL); e o senador Zequinha Marinho (PSC).

O documento pede ao Procurador Geral de Justiça do MPPA “apuração da legalidade/moralidade e possível prática de improbidade administrativa na indicação e nomeação da primeira-dama do Estado”.

“Fizemos uma provocação ao Procurador para que tudo isso seja apurado, pois requisitos para o cargo claramente não estão sendo provados”, afirma o deputado Barra.

Entre os argumentos da representação ao MP, estão questionamentos sobre nepotismo e comprovação de atuação efetiva em mais de dez anos, como previsto em lei para o cargo na corte de Contas.

Uma sessão especial de arguição foi realizada na Alepa, em Belém, na terça-feira (14), antecedendo a votação que ocorreu em segredo. Entre os deputados presentes, 36 votaram a favor e não houve abstenções. Apenas Rogério Barra (PL) e Toni Cunha (PSC) votaram contra.

Na sessão, Daniela foi questionada sobre sua atuação como advogada. Ela se defendeu afirmando que atuou junto a sindicatos de transporte urbano, aéreo, além de pessoas físicas e jurídicas entre os anos de 2013 e 2018. No ano seguinte, quando Helder assumiu o Governo do Estado, ela afirmou que deixou de atuar.

Daniela é graduada em direito pela Universidade da Amazônia (Unama). Ela também foi secretária municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho entre 2007 e 2012 em Ananindeua, durante a gestão do marido na prefeitura do município.

Desde 2019, quando o marido assumiu o governo do Pará, Daniela é voluntária de programas voltados à assistência, inclusão social e proteção de crianças adolescentes, como o TerPaz, que oferece espaços de cultura, lazer e educação em comunidades.

O cargo de conselheiro no TCE tem remuneração de R$ 35 mil e integra conselho responsável por analisar e emitir pareceres sobre contas de políticos.

No total, o TCE tem sete vagas de conselheiros. A vaga que Daniela deve ocupar foi aberta após a aposentadoria do conselheiro Nelson Chaves, em 2022.

Para ocupar a vaga é preciso:

  • ter entre 35 e 65 anos;
  • idoneidade moral e reputação ilibada;
  • notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública
  • mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

Das 7 vagas de conselheiro do TCE, uma é indicada pelo Chefe do Poder Executivo, com aprovação da Alepa; duas, alternadamente, dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao TCE, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; e quatro pela Assembleia Legislativa.

O nome de Daniela primeira foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça. Em seguida, passou para votação na Alepa. O próximo passo, antes dela assumir, é o encaminhamento do processo com o nome aprovado ao governador, que deve fazer a publicação da nomeação no Diário Oficial.

Não há uma legislação que defina o período para o trâmite, portanto ainda não há uma previsão de quando Daniela deve finalmente assumir o cargo.

Fonte: g1.globo.com



Divulgar sua notícia, cadastre aqui!






>