“Arma era do pai dele. O pai é subtenente aposentado no Distrito Federal. Ele disse que a arma estava guardada. Disse que o filho era introspectivo, calado, tinha poucas amizades, mas era um bom menino, tirava boas notas, embora relatasse que ele tinha faltado muito às aulas, e tinha dificuldade de fazer amizades”.
“Dentro de casa, ele tinha uma boa relação e cuidava, inclusive, de um tio que é cadeirante também. O pai relatou que não consegue entender o motivo que levou a criança fazer isso”.
Por causa disso, o pai do jovem também poderá responder pelo caso, já que a arma usada no ataque deveria estar sob o cuidado dele. Por ser policial, ele tem autorização para portar arma, mas precisa seguir regras.
“O dever de cautela é do portador da arma, que é quem tem a autorização legal. Vamos avaliar com bastante calma, junto com outros delegados que também estão trabalhando no caso, para que agente possa fazer as coisas com bastante serenidade, com bastante cuidado, para conseguirmos chegar a um final comum”.
As investigações da polícia apontam que a jovem Geane Brito, de 19 anos, não era alvo primordial do adolescente. A Prefeitura de Barreiras informou que as aulas na escola em que aconteceu o ataque foram suspensas por uma semana.
“Ele já entrou atirando, não tinha um alvo fixo, então ele tentou acertar o maior número de pessoas possíveis. Em algum momento, a arma ‘picotou’ [falhou]. Houve uma certa imperícia dele, porque o revólver falhou em alguns momentos. Quando ele conseguiu atirar na entrada do colégio, as pessoas começaram a correr.
“Ele não teve condição com arma, que só tinha seis balas e ele teria que recarregar – e ele tinha material para recarregar –, ele não teve tempo de executar mais pessoas”.
Inicialmente, a polícia informou que Geane teria sido baleada. No entanto, durante as investigações, a informação foi corrigida. A vítima foi morta por golpes de um facão. “Infelizmente a vítima era uma cadeirante, deficiente física. Ela não teve condições de reagir. Ele conseguiu degolá-la e esfaqueá-la”.
O delegado detalhou que a polícia apura publicações na internet, feitas pelo adolescente, e informou que investiga a participação dele em outros ataques, que teriam sido praticados em outros estados.
“Nós estamos em contato com autoridades de outros estados, porque há indício de relação com outras situações, em outros estados. Ele tinha uma relação na internet muito forte, e nós estamos investigando outras autoridades para conseguir entender os motivos, a forma, se alguém financiou e incentivou de alguma forma, se participou desse atentado”.
Fonte: g1.globo.com
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