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Aglomerações ainda são vistas em feiras de Belém

Como medida preventiva contra a sobrecarga dos sistemas de saúde diante do aumento do número de casos de Covid-19, a Região Metropolitana de Belém (RMB) enfrenta, mais uma vez, uma situação de lockdown, quando a circulação de pessoas é restrita e apenas as atividades essenciais são permitidas. Incluídas nos serviços que podem funcionar, as feiras livres mantiveram as atividades ontem (21), porém, o que se viu em alguns casos ainda foi a aglomeração por parte dos consumidores.

Com pouco espaço para a circulação de pedestres, em decorrência dos carros estacionados e das próprias barracas instaladas na calçada e no meio fio da rua Barão de Igarapé Miri, a feira do Guamá ficou tomada de consumidores na manhã de ontem. Embora a grande maioria das pessoas mantivesse o uso obrigatório da máscara, o distanciamento entre as pessoas não era respeitado. Em muitos pontos, era possível ver aglomeração, com pessoas esbarrando umas nas outras para conseguir circular com as sacolas de compras.

Uma movimentação um pouco menor era observada, também, na feira da Pedreira, na avenida Pedro Miranda com a travessa Mauriti. Em períodos normais, a presença de clientes em uma manhã de domingo seria muito maior, porém, em uma situação de pandemia e com lockdown decretado, a aglomeração de pessoas em alguns pontos chamava a atenção.

Apesar de reconhecer os riscos da pandemia, o feirante Jesus Gomes, 45 anos, considerava o movimento muito fraco. “O movimento está terrível. Para um domingo, uma hora dessas, já tinha muito mais gente na rua, comprando. Mas nessa situação de pandemia muita gente não está saindo”, avaliava, ao organizar as hortaliças expostas na banca em que trabalha. “Durante a semana, então, fica muito pior. Movimento fraco mesmo. As pessoas ainda vêm porque alimento tem que ter todo dia mesmo e hortaliça é um produto que estraga rápido, então a pessoa precisa estar sempre comprando”.

Mantendo o cuidado de fazer o uso adequado da máscara, o trabalhador autônomo não deixava de admitir que o momento enfrentado é difícil não apenas para a economia, mas também para a saúde das pessoas. “A situação está difícil mesmo. Estou achando que essa segunda onda está pior que a primeira porque todo dia a gente sabe de um amigo, de um conhecido que morreu com essa doença”, lamentava. “Tem três dias que eu não abro mais o telefone porque é só coisa feia. Estamos vivendo um momento muito tenso da vida mesmo, estamos perdendo muitos amigos. A gente fala com a pessoa hoje e amanhã não sabe se ainda vai encontrar viva”.

Assim como na feira do Guamá, a imensa maioria das pessoas mantinha o uso adequado da máscara na Pedreira. Porém, ainda assim, era possível ver alguns poucos trabalhadores sem o acessório obrigatório.

LOCKDOWN

– No domingo (20), a Região Metropolitana de Belém chegou ao 7º dia de lockdown. Entretanto, diante da necessidade de se controlar a pandemia, a medida foi prorrogada por mais sete dias, se estendendo até o dia 29 de março nos municípios de Belém, Ananindeua,Marituba, Santa Bárbara do Pará e Benevides.

– Em pronunciamento realizado na última sexta-feira, o governador Helder Barbalho anunciou a prorrogação e informou que Belém chegou a atingir uma taxa de isolamento de até 49%, enquanto que, para que se tenha o efeito desejado, a ciência aponta que o ideal é que o lockdown alcance uma taxa de isolamentos de 70% em uma cidade.

Fonte: diarioonline.com



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