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Após queixa ao MP, Outback extingue prática de funcionário se ajoelhar para atender clientes

Advogada foi atendida por funcionária de joelhos em unidade no Maranhão e caso repercutiu nas redes. MPT recebeu denúncia e investiga o caso. Outback admitiu política, mas disse que foi extinta.

Após uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA) sobre funcionários do Outback estarem sendo obrigados a atenderem clientes de joelhos, a empresa disse que a extinguiu a prática. O caso começou após uma cliente denunciar nas redes o atendimento.

O episódio aconteceu em 16 de março na unidade de São Luís, no Maranhão. A advogada Beatriz Salgado disse que ao ser atendida os funcionários se mantinham de joelho e ela questionou o motivo.

“A mulher veio me atender e aí, do nada, ela abaixa. Não percebi de primeiro momento. Aí, logo depois, vem outro funcionário me atender e ajoelha de novo. E nessa hora eu perguntei ‘moça, por que você está de joelho?’, ela me respondeu que era ‘tradição’ do Outback”, relatou a advogada.

A advogada conta ainda que chegou a pedir para a funcionária não a atender de joelhos. Entretanto, a mulher respondeu que não poderia, já que se tratava de norma da empresa, que determinava que os funcionários tinham que ficar no “mesmo patamar” dos clientes durante os atendimentos.

“Não foi a minha primeira vez no Outback. Já tinha ido em outros estabelecimentos pelo Brasil e não tinha visto antes, por isso a minha estranheza. Depois que perguntei a funcionária o porquê daquilo até pensei que fosse um modo de xenofobia. E isso me deixou ainda mais chateada. Todos os outros funcionários estavam com comportamento semelhante perto da minha mesa”, explicou Beatriz Salgado ao g1.

Após o episódio, ela fez um vídeo relatando o caso, que viralizou. Ela contou que chegou a receber relatos de funcionários e de outros clientes, inclusive, com fotos, de atendentes ajoelhados.

“Várias pessoas me procuraram depois que fiz a denúncia, inclusive com fotos. Além disso, outros funcionários me mandaram relatos de que tiverem seus joelhos bem machucados”, disse.

Em nota, o Outback Brasil informou que a prática era opcional e que jamais obrigou nenhum funcionário a se ajoelhar durante os atendimentos, mas que a prática foi extinta. (Leia mais abaixo)

Após a repercussão, o caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho informou que recebeu a denúncia e que o caso vai ser investigado.

Empresa diz que extinguiu prática

Procurado pelo g1, o Outback Brasil informou que extinguiu um processo que era opcional entre os funcionários. Ainda na nota, a empresa disse que a franquia de São Luís recebeu orientação após o episódio e que todos os restaurantes do país foram orientados a não realizar tal prática.

Íntegra da nota do Outback Brasil a respeito do caso:

“Nós, do Outback Steakhouse, afirmamos veementemente que nunca obrigamos que nossos colaboradores ficassem de joelhos no atendimento aos nossos clientes. A prática de o atendente olhar os clientes na altura dos olhos abaixando-se ou sentando-se junto deles à mesa sempre foi uma ação opcional que ficou muito conhecida no passado como uma frente de receptividade durante o atendimento. O Outback é reconhecido pela proximidade e casualidade e entendemos que a evolução cultural é positiva, por isso, informamos que o processo que atualmente é opcional, passa a ser extinto em todas as nossas 141 unidades pelo Brasil.

Todos os restaurantes serão orientados a não utilizá-la mais. A recém-inaugurada unidade do Outback em São Luís do Maranhão também receberá a orientação em relação ao procedimento operacional. Aproveitamos para reforçar que continuamos a oferecer sempre uma boa e calorosa recepção aos nossos clientes, e reforçamos também que estamos pautados pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e os nossos restaurantes estão em plena conformidade com as normas de segurança do trabalho e segurança ocupacional, o que garante um ambiente seguro e sem risco às nossas pessoas. Temos compromisso e seriedade na relação com nossos colaboradores e clientes, e reiteramos que esse é um dos pilares inegociáveis da nossa atuação”, disse a empresa.



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