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Após recorde de alta, preço do açaí começa a estabiliza no Pará

Após a escalada no preço do açaí no primeiro trimestre de 2024, cujo litro chegou a custar R$ 70 em março, o fruto já pode ser encontrado mais barato em pontos de venda da capital paraense. Segundo o Dieese/PA, a alta foi de 70% no tipo médio – um recorde para os primeiros três meses dos últimos oito anos. Para a Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém e Região Metropolitana (Avabel), a estabilidade no preço do produto está relacionada ao novo horário de funcionamento da Feira do Açaí e à maior quantidade de latas disponíveis em Belém.

Manoel da Silva, 54, é proprietário de um ponto de açaí que existe desde 1991 na avenida Duque de Caxias, no bairro da Pedreira, em Belém. “Esse ano, bateu recorde. Nunca tinha chegado a um ponto desse, de preços tão altos”, avalia o comerciante, que não perdeu clientes, mas percebeu diminuição na frequência e na quantidade adquirida. “Por exemplo: tinha cliente que comprava dois litros, aí passou a comprar um litro; quem comprava quatro/cinco vezes por semana, passou a comprar duas vezes”, explica.

O vendedor de açaí há 33 anos diz que chegou a comprar uma rasa (medida correspondente a duas latas de açaí) por R$ 350 neste início de ano. “Hoje, está cerca de R$ 250”, compara. Por esse motivo, os tipos de açaí comercializados por Manoel baratearam R$ 5 em abril: o litro normal está sendo vendido a R$ 25 (era R$ 30); o do médio, a R$ 33 (era R$ 38); e o do grosso já está R$ 45 (era R$ 50). “Daqui, até o fim do ano, a tendência de preço é abaixar ainda mais”, comenta.

No último dia 12/04, o Dieese/PA divulgou que a variação no preço do açaí comercializado em supermercados, feiras livres e pontos de venda em Belém bateu recorde de alta percentual para um primeiro trimestre: 73,51% (do tipo médio) e 62,37% (do tipo grosso). “As pesquisas em andamento para o balanço de abril indicam que, em alguns pontos, principalmente na periferia de Belém, já se percebe uma acomodação desses preços. Não quer dizer que caiu”, ressalta Everson Costa, supervisor técnico da entidade.

Carlos Alberto Noronha, presidente da Avabel, informa que a lata (meia rasa) adquirida na Feira do Açaí diminuiu de R$ 180 para R$ 120 neste mês. Segundo a Associação, a redução no preço da lata é uma consequência do novo horário de funcionamento da Feira: antes livre, agora está funcionando entre 19h e 7h desde o início de abril.

A determinação de horário foi uma medida inibidora do comércio para fora do estado. “Os barcos chegavam no Ver-o-Peso com 3 mil latas de açaí e vendiam entre 1.500 e 2 mil latas, durante a tarde, pra caminhões levarem pro Maranhão. A gente ficava com mil, 1.200 latas em cada barco. Por isso, eles [os atravessadores] apertavam o preço para o vendedor artesanal; eles sabem que aqui o consumo é muito grande”, relata.

Ainda de acordo com Carlos Alberto Noronha, a mobilização dos vendedores artesanais foi feita junto à Secretaria de Economia de Belém (Secon). “Nós inibimos essa comercialização dos atravessadores de Belém com o pessoal do Maranhão, e o nosso fruto está ficando todo para comercialização aqui. Como o tempo de viagem para o Maranhão é em torno de 12 horas, o açaí teria que sair daqui de Belém às 17h pra chegar lá por volta das 5 horas da manhã. Saindo às 19h, não dá tempo de chegar para a feira de lá”, detalha.

Outra razão para o barateamento do produto seria a medição justa: “Agora, estamos comprando 14 quilos por lata; antes, a gente só comprava 11 [quilos]. A gente era lesado na medição do açaí”, acrescenta. O presidente da Avabel diz que a qualidade do fruto tem melhorado, mas o volume ainda é pouco. “O período de açaí mais barato possível é entre junho e julho, que é quando chega o açaí aqui das nossas ilhas, como a das Onças e as do Baixo Tocantins”, finaliza.

Fonte: www.oliberal.com



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