O sucesso da seleção marroquina na Copa do Mundo do Qatar tem feito a alegria de boa parte dos brasileiros, principalmente após a eliminação da Seleção do Brasil, na última sexta-feira, 9, nos pênaltis para a Croácia.
E em meio a tantos bons jogadores que vêm surpreendendo os fãs brasileiros está Hakim Ziyech. Para quem já acompanha o esporte, Hakim é um velho conhecido. Figurinha mais que carimbada do futebol europeu, já passou por Ajax, time holandês e agora joga no inglês Chelsea.
Além do excelente campeonato que tem feito no Qatar, Hakim ganhou destaque recentemente nas redes sociais. Isso porque o professor de direito da Wayne State University, de Detroit, nos Estados Unidos, Khaled Beydoun postar em seu Twitter a informação de que o jogador nunca ganhou um único dólar, desde 2015, para jogar pelo Marrocos.
De acordo com Beydoun, que também é autor do livro American Islamophobia: Understanding the Roots and Rise of Fear (Islamofobia americana: compreendendo as raízes e o surgimento do medo, em tradução livre), Hakim doa todo o dinheiro recebido para funcionários da equipe e famílias pobres do Marrocos.
Apesar de jogar na seleção marroquina e ser ídolo do país do norte africano, Hakim Ziyech não nasceu no Marrocos mas sim na Holanda.
Assim como boa parte dos que vivem principalmente em países do Norte da África, muitos marroquinos migram para países europeus e essa migração é algo histórico que parte, principalmente, do processo de invasão e colonização dos países africanos.
Marrocos passou por um processo de colonização de países como Espanha e França.
Todo esse processo justifica o fato de, junto com Hakim, mais de metade do elenco da seleção de Marrocos terem nascido na Europa, mas terem ascendência marroquina.
Em entrevista para Ecoa, Guilherme Freitas autor do livro “As seleções de futebol da União Europeia: identidade, migração e multiculturalismo através da bola” (2022) contou que esse movimento de jogadores europeus com ascendência africana optarem por jogar em seleções da África é algo que tende a se tornar cada vez mais comum nas próximas Copas do Mundo.
Eu nasci na Holanda, mas minhas raízes estão lá no Marrocos, meu pai está enterrado lá e as pessoas gostam muito de mim estão lá.
Hakim Ziyech, quando jogava no Ajax
Os motivos são, entre outros, maior identificação com os países africanos e falta de oportunidades nas seleções dos países onde nasceram. As duas circunstâncias fazem parte da história de Hakim.
O jogador chegou a entrar no radar de Louis van Gaal, técnico da Holanda. Uma lesão, contudo, mudou os planos do treinador. Foi assim que ele surgiu como opção para seleção do Marrocos.
Em 2018, ele vestiu a camisa marroquina em sua primeira Copa do Mundo, na Rússia, mas acabou sendo eliminado ainda na primeira fase.
Em fevereiro deste ano, o técnico bósnio Vahid Halilhodzic afirmou que não convocaria Ziyech para a seleção marroquina nem se o nome do atacante fosse Lionel Messi, isso porque, segundo ele, o camisa 7 não era um bom atleta fora de campo.
À época, Ziyech chegou a anunciar a aposentadoria da seleção, o que não foi pra frente. Halilhodzic saiu do comando da seleção e Hakim retornou.
Até o momento, o craque que joga no time inglês Chelsea fez um dos cinco gols do Marrocos que deixou pelo caminho as tradicionais seleções da Bélgica, Espanha e Portugal.
Fonte: uol.com.br
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