Com o nível do Rio Tocantins batendo na casa dos 8,45 metros (medição das 17h30 desta terça), autoridades do Estado, município e governo federal alinham ações no sentido de atender às famílias atingidas. Vale dizer que este ano, as famílias que têm de deixar suas moradias por causa da cheia dos rios Tocantins e Itacaiúnas costumam enfrentar ainda outro problema: a aglomeração nos abrigos, um complicador a mais em tempos de pandemia. Este assunto também esteve na pauta da reunião realizada na tarde desta terça, na sede da Secretaria de Governo do Sul e Sudeste do Pará em Marabá.
À frente da reunião, que contou com representantes da Defesa Civil Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Exército Brasileiro, o secretário de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, explicou que, assim como no ano passado, está sendo estabelecido um mecanismo de antecipação dos fatos, com planejamento que busca minimizar os impactos para as famílias atingidas.
Mas este ano existe a necessidade de construir mais abrigos por conta da pandemia. “Necessitamos que os abrigos tenham um menor número de pessoas para que haja um espaço razoável de uma família para outra dentro desses abrigos”, explica Chamon.
Outro aspecto interessante diz respeito às hidrelétricas que cortam o Rio Tocantins (Estreito, no Maranhão, e principalmente Tucuruí). O secretário observa que na usina de Tucuruí existe uma determinação técnica para que as comportas só sejam abertas quando o nível de lá atingir 73 metros, mas pode ser que essa medida agrave a situação das cheias aqui, por isso ele entende que é preciso buscar um diálogo no sentido de rever essa posição. “Nós estamos lidando com vidas”, resume o secretário.
Inclusive, para robustecer esta ação conjunta, que pretende verificar todas as frentes possíveis que possam minimizar o sofrimento das famílias atingidas, o secretário confirmou que representantes do Ministério Público devem ser convidados para participar da próxima reunião.
Por outro lado, o major Filipe Galúcio, do Corpo de Bombeiros, explicou que o grupamento de Marabá atua em apoio à Coordenação Municipal de Defesa Civil. “Nosso planejamento é feito em conjunto com a Defesa Civil Municipal, no sentido de que em caso de decretação de emergência no município, o Estado entre a fim de dar o apoio para que as famílias possam ser atendidas”, reafirma.
Questionado sobre como se dá esse apoio, o oficial detalhou que existe uma escala prévia de sobreaviso para militares, caminhões, embarcações, para atuar no transporte de famílias atingidas, em conjunto também com o Exército Brasileiro, que esteve presente na reunião, na pessoa do major Pereira.
Jairo Milhomem, coordenador da Defesa Civil Municipal, observa que o plano de contingência do município já está em condições de ser colocado em prática. Esse plano prevê, inicialmente, que alguns locais funcionarão com abrigos, tais como o campo do Tatuzão, galpão do Bom Planalto e galpão da Obra Kolping, no Núcleo Cidade Nova; assim como o campo do Xaxurica e galpão da Folha 32, na Nova Marabá; e ainda as quadras de esporte que ficam nas proximidades da Colônia Z-30, assim como uma área na entrada da Velha Marabá.
Sobre a situação das cerca de 30 famílias que já estão, desde o final de semana, no galpão da Obra Kolping, quase todas vindas do Bairro Carajás 2, Jairo explicou que a prefeitura providenciou a limpeza do local e instalou banheiros químicos. (Chagas Filho, Ana Mangas e Evangelista Rocha)
Fonte: correiodecarajas.com.br
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