O vídeo de um cachorro de estimação que foi espancado até a morte por autoridades de saúde da China, quando sua dona estava em quarentena devido a medidas de restrição contra a Covid-19, causou indignação em todo o país.
A imagem aterrorizou donos de animais sobre o quão longe o governo chinês pode chegar para impor sua estratégia de “tolerância zero” contra o vírus, em que adota lockdowns pesados e testagem em massa quando poucos casos são registrados.
O assassinato aconteceu em Shangrao, cidade a 1,5 mil km ao sul da capital Pequim, e levou as autoridades locais a emitir um comunicado dizendo que a dono do animal e os profissionais de saúde haviam “chegado a um entendimento”.
O cachorro se chamava Chaofen e era da raça corgi, segundo a Bloomberg, e sua dona foi isolada após ter tido contato com uma pessoa que testou positivo para a Covid-19.
As imagens de Chaofen sendo espancado por funcionários do governo vestidos com equipamentos de proteção foram feitas por uma câmera na casa da dona do cachorro. O animal chega a correr após ser atingido na cabeça por uma barra de metal.
Mulher passeia com seu cachorro da raça corgi em frente ao prédio da Universidade Estadual de Moscou, durante uma forte neblina na capital da Rússia, em 2 de novembro de 2021 — Foto: Maxim Shemetov/Reuters
A dona do animal, identificada pela imprensa local como Sra. Fu, afirmou depois da agressão que Chaofen havia morrido e que os animais de estimação de alguns vizinhos tiveram o mesmo destino.
Algumas cidades como Xangai permitem que as pessoas mantenham seus animais de estimação em quarentena, segundo a Bloomberg, mas outras estão adotando medidas extremas.
Uma mulher em Chengdu, cidade a 1,8 mil km a sudoeste de Pequim, disse que seus gatos foram mortos neste mês por autoridades locais após ser colocada em quarentena, segundo o jornal “South China Morning Post”.
Após a repercussão do caso de Chaofen, a Associação de Proteção a Pequenos Animais da China pediu um sistema de quarentena para cuidar dos animais de estimação que se encontrem nesta situação.
“Os animais de estimação são parceiros espirituais das pessoas e não devem ser prejudicados sob o pretexto de combater a pandemia”, disse a entidade em um comunicado, que acusou autoridades de “tirar uma vida inocente, sem a menor capacidade de se defender”.
“Como podemos confiar em um Estado que diz servir ao povo, mas aplica a lei tão brutalmente?”, questionou uma pessoa nas redes sociais, segundo a agência de notícias France Presse.
Fonte: g1.globo.com
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