GDF diz que ‘todos os aparelhos de saúde estavam em funcionamento, não havendo nenhum imprevisto com relação à prestação de socorros’. Anotações da equipe de enfermagem, em documento, confirmam versão da mãe.

Uma criança, de 2 anos, morreu enquanto estava internada na Unidade Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião, no Distrito Federal. A menina deu entrada no sábado (28), com febre e tremores pelo corpo e, conforme a mãe, piorou no domingo (29).

À Polícia Civil, a mãe da criança, Sara Nascimentos dos Santos, de 24 anos, contou que durante a internação a menina começou a vomitar e defecar muito, e foi encaminhada à sala da vermelha. A equipe médica disse que a bebê seria levada para outra unidade de atendimento, “para maior suporte”.

Conforme Sara, ainda na sala vermelha, tentaram usar um respirador mecânico na criança, mas o aparelho “não estava funcionando corretamente”. Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administra as UPAs, disse que “todos os aparelhos de saúde estavam em funcionamento, não havendo nenhum imprevisto com relação à prestação de socorros” (veja íntegra da nota ao final da reportagem).

As anotações da equipe de enfermagem, no entanto, contradizem o GDF e confirmam a versão da mãe de que os aparelhos usados na criança não estavam funcionando.

“Tentado acoplagem ao ventilador mecânico, porém as pediatras e os médicos da unidade, a qual ajudaram no procedimento, relataram que o ventilador mecânico que têm os parâmetros pediátrico, não estavam com bom funcionamento, tentado também acoplar ao ventilador mecânico adulto, ajustando de acordo com o necessário, porém também não teve sucesso”, diz o documento.

O que diz o Iges

“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) vem, através de sua Assessoria de Comunicação, esclarecer que no dia 28 de outubro, o paciente deu entrada na Unidade Pronto Atendimento de São Sebastião, apresentando febre alta e vômitos. Foi prontamente atendido pela equipe pediátrica e logo após, encaminhado para observação pediátrica, onde recebeu cuidados da equipe multidisciplinar, incluindo sua genitora.

No dia seguinte, o paciente apresentou uma piora no quadro, com rebaixamento do nível de consciência. A equipe médica prestou assistência prontamente, prescrevendo medicações conforme os parâmetros pediátricos.

Sobre a transferência para hospital, a criança foi inserida no sistema de regulação de leitos do Distrito Federal, e estava aguardando o encaminhamento do Complexo Regulador do DF.

Reafirmamos que todos os aparelhos de saúde estavam em funcionamento, não havendo nenhum imprevisto com relação à prestação de socorros. Reiteramos nosso compromisso coma população e nos solidarizamos com este caso”.