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Caso Evandro: Beatriz Abagge acredita que criança foi vítima de tráfico humano

A terapeuta ocupacional, Beatriz Abagge, presa pelo suposto assassinato do menino Evandro Ramos Caetano no ano de 1992, afirma que ele teria sido levado para Aruba por uma rede de tráfico de pessoas. Ela disse ainda que continua em busca do paradeiro do menino.

“Acho que é pedofilia, que o Evandro foi levado pelo tráfico de crianças, eu acredito. E aquele corpo foi largado lá. Acho que ele foi retirado de Guaratuba e levado para Aruba, de alguma forma que não sei”, destacou Beatriz durante uma entrevista ao Achismos Podcast, realizada na última segunda-feira, 8.

No bate-papo com Mauricio Meireles, a terapeuta contou sua visão sobre a história, que tornou a ganhar visibilidade através do documentário “O Caso Evandro”. “Eu procuro o Evandro até hoje, sempre falo que essa história tem que ter um alcance para ele ouvir. Pode ser que ele não lembre quem ele é hoje, pois a gente esquece”, ressaltou Beatriz.

Durante a conversa, a profissional relembrou dos momentos de tortura que enfrentou na cadeia: “Superei choque elétrico, afogamento, ser violentada por várias pessoas. Superei. Não posso viver o passado. Hoje o medo que tenho é não ter medo. Tive muita amnesia. Os momentos da tortura só lembro flashs. Quando escrevo e coloco para fora, supero meus traumas”.

“Foi feito afogamento com água, sabão e toalha. Não lavava o rosto de jeito algum. Até que um dia, quando sai da prisão, fui a um clube com minhas crianças e mergulhei na piscina. Não dormia se não escutasse o que estava a volta, tinha que saber o que estava acontecendo”, complementou.

Relembre o caso

Evandro Ramos Caetano, então com 6 anos, desapareceu no dia 6 de abril de 1992 na cidade litorânea de Guaratuba, no Paraná. Seu corpo foi encontrado em 11 de abril, num matagal da cidade, sem vários órgãos, com mãos e pés amputados, e vísceras e coração arrancadas.

Na época, durante investigação, a promotoria pública do Paraná indiciou Beatriz Cordeiro Abagge e sua mãe, Celina Abagge (que era a primeira dama do município), como mentoras do sequestro e morte da criança. A alegação fora de sequestro e utilização da criança em suposto ritual de magia negra em prol de obter benefícios materiais junto a espíritos satânicos.

Em março de 1998, Beatriz e Celina foram julgadas pela primeira vez, em um processo que é considerado o mais longo júri da história da justiça brasileira, tendo 34 dias de julgamento. No veredito foram consideradas inocentes. No ano de 1999 o júri foi anulado, tendo então um novo julgamento sido realizado 13 anos depois, em 28 de maio de 2011.

Outros acusados de envolvimento no suposto assassinato do menino também foram julgados pelo crime: o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro, o pintor Vicente de Paula Ferreira e o artesão Davi dos Santos Soares. Os três foram condenados no ano de 2004. Os outros acusados, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos, foram absolvidos em 2005.

Em uma votação apertada, no segundo julgamento Beatriz foi condenada a 21 anos e 4 meses de prisão pelo crime. Em 17 de abril de 2016, o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu perdão de pena para a terapeuta.

 

Fonte: romanews.com



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