Em Marabá, a situação do novo coronavírus (SARS-COV 2), que provoca a COVID-19, começa a apresentar sinais de estabilidade. Dados divulgados pela Vigilância em Saúde apontam que a taxa de letalidade reduziu para 3% no município.
No total, até esta quinta-feira (09) são 4.574 pacientes recuperados de 4.787 casos confirmados, o que representa o percentual de 94,5%. A maior incidência de contaminação do vírus são em mulheres, 50,6%, de 20 a 45 anos. O número de óbitos é de 146.
O início dessa estabilização não significa que a população deve se descuidar. Logo, todas as medidas preventivas em combate ao novo coronavírus devem ser mantidas, como higienização, distanciamento entre outras medidas.
A médica cirurgiã vascular intensivista Tatiana Carvalho, que está na linha de frente compondo os profissionais no município que combate a COVID-19, afirma que após 6 meses da Pandemia de COVID-19 no mundo, a nossa região mostra sinais de redução do ritmo de contágio medido pela RT (Retransmissão do vírus).
“A recomendação é de que o isolamento seja flexibilizado quando essa taxa estiver abaixo de 1, o que significa que a média de pessoas contaminadas por um infectado está abaixo de uma. Nossa região mostra redução inclusive da ocupação de leitos de enfermaria e UTI exclusivos para a Covid-19. Sem dúvidas são notícias boas, mas não querem dizer que a pandemia acabou. Até porque ainda não temos respostas importantes, como até quando pode durar a imunidade de uma pessoa que foi contaminada”, esclarece a intensivista.
A médica enfatiza que o fato de ainda não haver uma vacina ou tratamento específico também nos faz precisar manter os cuidados com uso das máscaras, distanciamento social, obedecer as normas de restrição de funcionamento de alguns estabelecimentos, para que não seja necessário retroceder como ocorreu em algumas regiões do Brasil e do mundo.
Samu
A coordenadora da Central de Regulação de Urgência (CRRU) – Samu 192- enfermeira Walternice dos Santos Vieira, lembra que o novo coronavírus tem acompanhado a tendência geral de estabilização da doença, diminuindo o ritmo de crescimento de casos graves, e consequentemente o número de óbitos também.
“Mas o importante lembrar é que ainda temos dificuldade quanto à adesão no distanciamento social, adesão da utilização das máscaras, isolamento, para manter a estabilização no número de casos, porque apesar de vermos o número crescente diminuindo o ritmo, ainda assim temos casos novos que continuam acontecendo. Outros indicadores como mortalidade e internação só comprova que o vírus continua circulante na nossa região e no nosso município, ainda poderemos aumentar o número de casos graves infectados” ressaltou Walternice, acrescentando que a central do Samu atualmente atravessa um período constante, mas as chamadas acerca do coronavírus caíram em torno de 50%.
No entanto, no caso da central do Samu, à medida que o isolamento for diminuindo, a aglomeração começa a acontecer, principalmente no período de veraneio, e em decorrência o aumento de ocorrências de causas externas, como acidentes e agressões.
“Temos um perigo de aumento da demanda que se soma às ocorrências do coronavírus. Isso é preocupante pelo período que estamos vivendo, porque vemos algumas pessoas relaxando nos cuidados”, pontua a enfermeira.
A coordenadora da central do Samu faz um apelo em nome de toda equipe para que as pessoas que ligam no 192 e omitem os sintomas de síndrome gripal, devem falar de fato quais os sintomas que estão sentindo.
“Dependemos de uma triagem médica, as vezes a equipe enviada não vai com os devidos EPI’s, vai por exemplo pronta para atender uma hipertensão ou diabetes. Nossas equipes estão preparadas para atender, mas as omissões de informações prejudicam o próprio atendimento”, esclarece ela.
Vigilância Sanitária
Na parte da fiscalização a Vigilância Sanitária juntamente com todos os órgãos de segurança integrados, DMTU (Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano), GM (Guarda Municipal), DMSP, PM (Polícia Militar), Polícia Civil, Semma, Postura e Corpo de Bombeiros são os responsáveis para fazer valer os decretos publicados pelo município, com todas as medidas de prevenção, sejam do comércio ou quaisquer outras atividades.
Daniel Soares, coordenador da Vigilância Sanitária, lembra que o órgão construiu nos últimos três meses, um quadro epidemiológico de Marabá e com toda segurança na reabertura gradativa das atividades econômicas.
“Os nossos índices de ocupação estão oscilando entre 40% a 70%. Isso nos dá segurança de continuar evoluindo na liberação da atividade econômica, gradativa. Agora, estamos avaliando os reflexos da reabertura do decreto 70, shopping, academias e igrejas. Nas duas últimas semanas conseguimos manter o que estava antes da reabertura dos shoppings e precisamos manter essa situação nas próximas duas semanas. Avaliaremos a partir de agora, abertura do shopping e a partir da semana que vem, abertura dos restaurantes. No último final de semana aglomerações nos causaram preocupação, nos restaurantes, e praias. Isso faz com que o sinal de alerta nos atente a verificar se essa situação será alterada com essas aglomerações”, advertiu Daniel Soares.
O coordenador lembrou que uma equipe específica foi montada para trabalhar de 6 h até meia-noite, no monitoramento dos restaurantes e das igrejas que estão funcionando no período noturno.
“Fomos nas distribuidoras de bebidas informando a eles, que estão causando aglomeração. Alguns restaurantes estão usando bandeiras de restaurantes para se transformar em um bar e fizemos as orientações. Se não cumprirem as intervenções serão negativas”, lembrou Daniel Soares, colocando que alguns comerciantes não estão entendendo o real impacto que essa doença possa trazer para todos nós.
A Vigilância Sanitária trabalha e espera a mesma normalidade dos últimos dias para que possam manter o processo de abertura e controle da doença.
SMSI
A Secretaria Municipal de Segurança Institucional através de suas repartições e outros órgãos do estado, realizam operações de fiscalizações nas sextas-feiras, sábados e domingo, de forma integrada.
“Estamos fiscalizando balneários, bares, e a orla está sendo mantida fechada, DMTU e GMM sempre presentes, fazendo ronda para não deixar aglomerar. O que nós percebemos é que boa parte da população, cerca de 80%, obedecem aos decretos, normativa, segurança, uso de máscaras, o que deve ter diante da pandemia. Mas tem um pessoal que não está obedecendo, a fiscalização não consegue abarcar todo espaço público”, contou o secretário municipal de Segurança Institucional Jair Barata.
Ele destacou que houve um aumento de número de festas em residências e que nos balneários e campos costumam ver as pessoas sem proteção. “A fiscalização tem sido rotineira e com muita força integrada, mas a população precisa nos ajudar, o vírus está rondando nossa cidade.
As pessoas precisam ter a consciência de usar os EPIS, álcool em gel etc. E ainda o isolamento social, porque o vírus não morreu. Precisamos combatê-lo diuturnamente”, encerrou Jair Barata.
Números
Em relação aos casos positivados para o novo coronavírus, de acordo com os dados fornecidos pela Vigilância em Saúde, até a última segunda-feira (6), o bairro Nova Marabá estava no topo com 31,79% dos casos.
No bairro Nossa Senhora Aparecida consta 0,78% dos casos. Em Morada Nova registrou-se 3,17% dos casos positivos de COVID-19, na Marabá Pioneira o percentual é de 6,3% no Santa Rosa, e Francisco Coelho 1,50%.
No bairro Liberdade o percentual é de 4,41%. Colado no bairro Liberdade, o bairro Laranjeiras registra 2,76%. No bairro Jardim União 0,95% dos casos. No Bairro da Paz 1,70% dos casos. O Cidade Jardim registrou 1,33%. Na Cidade Nova 2,87% dos casos.
No Brejo do Meio 0,10%, no Bom Planalto registrado 1,64%, no Belo Horizonte 5,53%. No Bela Vista 1,19% dos casos registrados. Já no Bairro Araguaia 1,29%. O bairro Amapá registrou a porcentagem de 1,64%. Na zona rural, demais vilas e assentamentos 1,88% entre outros casos. O leitor acompanha o percentual de casos positivados nos posts disponibilizados nesta matéria, por bairros com registro de maior percentual.
PMM – Assessoria de Comunicação
Fonte: debatecarajas.com
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