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Chuvas em Marabá têm tendência de continuar ativas até meados de março

Durante esta semana, as chuvas serão frequentes e ainda mais volumosas em grande parte do estado, atingindo municípios de Xinguara, Conceição do Araguaia , Serra dos Carajás, Rondon do Pará e, principalmente, Marabá, que está em nível de alerta do rio Tocantins/ Itacaiúnas, por ter atingido 11,80 metros acima do leito normal, o que representa uma elevação de sete centímetros nas últimas 24 horas.

Isto deverá ocorrer devido ao encontro dos ventos sobre a região. A convergência de ventos forma um corredor de umidade, favorecendo o levantamento do ar e desenvolvimento das nuvens carregadas, que são capazes de produzir chuvas intensas, acompanhadas de raios e ventos fortes.

“Tais condições são, inclusive, agravadas quando há uma frente fria deslocando-se pelo Sudeste brasileiro. Quando a frente fria fica estacionada sobre uma região, por exemplo, Sul da Bahia, e há formação de redemoinhos de ventos em altitudes elevadas da atmosfera (acima de 10 km de altura), este padrão atmosférico configura um sistema meteorológico denominado de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)”, explica Márcio Nirlando Lopes, meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

A ZCAS produz muita chuva sobre a região de sua influência. Este padrão deverá persistir até quinta-feira (13). Tais condições são o estabelecimento do fenômeno La Niña e o aquecimento das águas superficiais do oceano Atlântico na região Tropical. O fenômeno La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais na região equatorial do oceano Pacífico, o que altera a circulação dos ventos, favorecendo as chuvas sobre grande  parte da Amazônia.

Alagamentos

As chuvas frequentes e significativas em Marabá, sudeste do Estado, não têm efeitos significativos no aumento do rio, mas sim com a subida e descida dos rios que fazem parte do município, aponta o coordenador do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico da Semas, Saulo Carvalho.

“Pode alterar o nível do rio, mas as chuvas mais importantes são as que ocorrem na cabeceira dos rios Tocantins e Araguaia. Estão localizados nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Como está chovendo demais nessas regiões, afetam o nível dos rios aqui no Pará. Até meados de março, essas chuvas de convergência do sudeste têm tendência de continuar ativo”, ressalta o especialista.

O coordenador complementa que a tendência do rio é se manter elevado até 25 de janeiro. Do ponto de vista meteorológico e hidrológico, em decorrência das chuvas que ocorrem nas cabeceiras desses rios, geralmente esse nível de alerta é ultrapassado nos meses de março e abril. Esses altos níveis de altura em janeiro é atípica ” Pode ser que as chuvas diminuam na região centro-oeste e sudeste e, caso ocorra, também irá ocorrer uma redução gradual nos rios que banham a cidade de Marabá”, finaliza.

Fonte: oliberal.com.br



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