O pesquisador americano Jesse Bloom, do Fred Hutchinson Centro de Pesquisa de Câncer, em Seattle (EUA), afirma que as primeiras sequências de DNA do novo coronavírus (SARS-CoV-2) foram deletadas de um importante banco de dados global a pedido de cientistas chineses.
A afirmação do cientista foi feita em estudo publicado no repositório online bioRxiv na última terça, 22. O estudo ainda deve ser revisado por outros cientistas, para ter validade comprovada.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, as sequências do genoma, que foram recuperadas do armazenamento na nuvem e publicadas no estudo, foram descritas pelo pesquisador americano como “os dados mais importantes” sobre as origens da covid-19.
Enquanto pesquisava o genoma do vírus, Bloom descobriu um projeto da Universidade de Wuhan que analisou 34 casos positivos do novo coronavírus em janeiro de 2020 e outros 16 no início de fevereiro.
O projeto procurou diagnosticar a infecção causada pelo SARS-CoV-2 por uma técnica chamada de sequenciamento genético chamada “nanopore”. Os resultados dessa análise chinesa foram pré-publicados em março de 2020 e depois em junho após ser revisada por cientistas, permanecendo disponível ao público até hoje.
Entretanto, as sequências de DNA obtidas por Jesse Bloom, que foram salvas anteriormente no banco de dados Sequence Read Archive (SRA), mantido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, não estavam mais disponíveis. Esses são como “manuais” da estrutura do vírus.
Um porta-voz dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA afirma que eles “revisaram a solicitação do investigador para retirar os dados” em junho de 2020 e os removeram.
“O solicitante indicou que as informações da sequência foram atualizadas, estavam sendo enviadas para outro banco de dados e queria que os dados fossem removidos do SRA para evitar problemas de controle de versão. Os investigadores responsáveis pelo envio detêm os direitos sobre os seus dados e podem solicitar a retirada deles”, explica.
No estudo de Jesse Bloom, ele afirma que não havia “nenhuma razão científica plausível para a exclusão [dos dados de DNA do coronavírus]”.
“Portanto, parece provável que as sequências foram excluídas para obscurecer sua existência. Isso sugere um esforço nada sincero para atrapalhar o rastreamento da propagação precoce da doença”, afirma o especialista.
Fonte: romanews.com
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