Com início nesta quarta-feira (12), a 3ª edição do Festival Internacional Amazônia de Cinema de Fronteira, o Fia Cinefront, como é chamado, irá promover discussões sobre assuntos ligados a desigualdade de direitos, com a exibição de filmes que retratam o assunto, nos âmbitos econômicos, sociais, regionais, de gênero e étnicos. Este ano, a mostra terá como tema “O nosso Cinema é de Reexistência” é acontecerá simultaneamente em oito cidades, sendo 7 delas no Brasil e uma no Peru.
Nesta edição, o Fia Cinefront homenageia o documentarista Jorge Bodanzky, um dos mais conceituados da Amazônia. Ele foi diretor do filme “Iracema, uma transa amazônica”, rodado em 1974 e ambientado na Rodovia Transamazônica. Também de Bodanzky, será exibido o longa “A Igreja dos Oprimidos”, trabalho realizado pelo documentarista com base no retorno à mesma região 10 anos depois do primeiro trabalho. Esta obra relata a luta no campo, contextualizando o período de violência rural vivido por diversos trabalhadores da região do Rio Araguaia.
Durante o evento, Bodanzky participará de rodas de conversas com estudantes, professores, público do festival, indígenas e com jovens do movimento Sem Terra. A atração internacional do festival este ano é o documentário “Isso Muda Tudo”, de Avi Lewis. A obra é baseada no best-seller “This Changes Everything” da jornalista Naomi Klein e retrata as políticas por trás das mudanças climáticas, relacionando-as ao capitalismo.
O festival também contará com apresentação de trabalho nacionais premiados e produções regionais. A iniciativa é uma realização da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e tem como curadores o professor Evandro Medeiros e Felipe Milanez, docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
A mostra conta com o apoio da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Fundação Cultural do Estado do Pará, Curuwinsi Cine – Tarapoto Peru e Tramateia Produções.
Programação
O 3º Fia Cinefront começa nesta quarta-feira (12) em Marabá com abertura inicial no Cine Marrocos, às 19 horas, e exibição dos filmes “A Pedra Mágica do Homem Invisível”, do diretor Marcos Fé, e “Branco Sai, Preto Fica”, de Adirley Queirós. Na quinta-feira (13) serão exibidos os filmes do prêmio Proex no auditório do Campus I da Unifesspa. Às 9 horas será rodado “Aquém Margens”, da diretora Alexandra Duarte, e depois acontece o debate “Imagem, Memória e Produção Acadêmica na Fronteira Amazônica”.
Às 14 horas do mesmo dia será exibido o documentário “Isso Muda Tudo”, de Avi Lewis, seguido da discussão “Cinema de Fronteira e Reexistência Social, Política e Cultural”. Mais tarde, às 19 horas, o filme “Igreja dos Oprimidos”, de Jorge Bodanzky, será passado ao público, seguido de debate com o tema “A luta pela terra na Fronteira Amazônica”. Na sexta-feira (14), às 14 horas, será exibido “Cine Ideal”, do diretor Ricardo Almeida, no auditório do Campus I da Unifesspa, seguido do debate “Fomento Cultural e Cinema Paraense”.
No mesmo dia, às 19 horas, no Cine Marrocos, será exibido o filme de Bodanzky, intitulado “Iracema, uma transa amazônica”. Logo depois haverá um debate sobre a obra do documentarista, intitulado “A obra de Bodansky e a Amazônia”.
No sábado (15), o festival traz o filme “Branco Sai, Preto Fica”, de Adirley Queirós e “Isso Muda Tudo”, de Avi Lewis, no auditório do Campus I da Unifesspa. E às 19 horas no Cine Marrocos, será rodado o filme “Através”, de André Michiles, Diogo Martins e Fábio Bardella. Depois haverá uma conversa sobre “Olhares sobre a Reexistência Cubana”. No domingo (16), serão exibidos os filmes “Aquém Margens”, de Alexandra Duarte e “Cine Ideal”, de Ricardo Almeida, a partir das 19 horas na Praça São Félix de Valois.
Na quarta-feira (19), será rodado no Cine SESC, às 18 horas, o filme “No meio do rio, entre as árvores”, de Jorge Bodanzky. E no último dia de festival em Marabá, na quinta (20), será exibido o filme “Iracema, uma transa amazônica”, também de Bodanzky, no mesmo local e horário. Entre 18 e 20 de abril o festival visita as escolas EEM Liberdade, Escola Jonathas Pontes Athias, EEM Plínio Pinheiro e Escola Anísio Teixeira.
(Nathália Viegas)
Fonte: CT ONLINE
Divulgar sua notícia, cadastre aqui!