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Com maioria das escolas sem rede de esgoto, rede pública sofre com falta de indicadores para medir qualidade na educação infantil

Com mais de 1,2 mil obras de creches e pré-escolas paradas pelo país, o cenário da educação brasileira segue mostrando carências severas em sua etapa mais importante de formação.

Um levantamento inédito da organização Todos pela Educação detalhou a precariedade no ensino infantil:

  • seis em cada dez escolas públicas de educação infantil têm rede de esgoto;
  • a maioria também não têm banheiros adequados ou refeitório;
  • 64% dessas escolas não têm parques infantis;
  • e faltam bibliotecas em sete em cada dez.

“Como país, a gente não deveria querer apenas o indicador de matrícula”, aponta Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação, em entrevista a Natuza Nery.

“A gente pode ter um aumento de matrícula de crianças ingressando em creches, mas ter crianças presas em uma cadeirinha olhando para um teto branco com a fralda suja”, aponta.

Priscila critica a falta de indicadores mais precisos para compreender as carências na educação infantil. “Não teve nenhuma sinalização do Ministério da Educação para debater um indicador nacional que faça sentido”, diz.

“O Brasil, infelizmente, ainda não conseguiu enfrentar esse debate”, diz. “É um debate acalorado, mas que a gente precisa superar para que as crianças tenham atendimento à pré-escolas de qualidade. Isso precisa ser medido para que a gente possa ter metas para cobrar das autoridades públicas a melhoria dos indicadores.”

Para o episódio, Natuza também conversou com Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, instituição que trabalha pela causa da primeira infância.

Para explicar a importância do desenvolvimento nessa fase da vida, Mariana compara o funcionamento do cérebro como um super-herói.

“A neurociência comprovou que acontece 1 milhão de conexões por segundo, e esse um milhão de conexões que fazem sinapses formam até 90% do nosso cérebro, daí essa potência. Isso estrutura o que a gente chama do tripé do desenvolvimento.”

“É o desenvolvimento físico, motor, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento socioemocional… E aí todas as competências que a gente busca no dia a dia no mercado de trabalho e na nossa trajetória escolar estão ancoradas nesta lógica do tripé do desenvolvimento”, completa.

Como explica Mariana, um investimento em educação infantil pode refletir em uma sociedade mais igualitária e quebrar o ciclo da pobreza.

“E isso vai se traduzir em benefícios para economia. Então, essa criança vai ter até 25% a mais de renda, maior possibilidade de emprego… Isso é o que quebra o ciclos que, infelizmente, a gente não tá conseguindo quebrar que são os ciclos intergeracionais da pobreza no nosso país.”

Fonte: g1.globo.com



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