Conhecido como ‘o gato de nove vidas’, chefe das Brigadas Al-Qassam sobreviveu a pelo menos cinco tentativas de assassinato e é um dos principais alvos de Israel.
O comandante do braço militar do Hamas é avesso à exposição pública e ao uso de celulares ou de qualquer tipo de comunicação que possa localizá-lo. Talvez por essa razão, ele tenha sobrevivido a pelo menos cinco tentativas de assassinato por parte de Israel e seja conhecido como “o gato de nove vidas”.
Chefe das Brigadas al-Qassam e segundo na hierarquia do Hamas na Faixa de Gaza, Mohammed Deif, de 58 anos, vive na sombra, mas atuou como o arquiteto militar do massacre de 1.200 mortos, que abala desde sábado passado os alicerces do governo israelense e de seus serviços de inteligência.
É dele a voz que conclamou os terroristas que se infiltraram em território israelense, assim como os palestinos que vivem na Cisjordânia em Jerusalém Oriental, a agirem com violência: “Este é o seu dia para fazer o inimigo compreender que o seu tempo terminou”.
Pouquíssimas imagens são conhecidas do chefe militar do Hamas. A que mais circula é uma foto desbotada da época de sua prisão em Israel, em 1989, por 16 meses. As tentativas de assassinato lhe valeram graves ferimentos, que não o impediram de voltar ao comando. Ele move-se em uma cadeira de rodas, perdeu um olho, um braço e uma perna, segundo autoridades de Israel.
Nas últimas décadas, a caçada a Deif tornou-se uma obsessão para os israelenses. Nesta quarta-feira, o Hamas informou que a casa da família de seu comandante militar, no Sul da Faixa da Gaza, foi atingida por bombardeios aéreos, que teriam matado o pai, o irmão e pelo menos dois outros parentes de Deif.
A busca incessante ao dirigente do Hamas se justifica pelas dezenas de atentados terroristas mortíferos cometidos em Israel e que são atribuídos a ele. Na década de 1990 fabricou foguetes disparados de Gaza e, nos anos seguintes, mandou homens-bomba para as cidades israelenses.
Deif comanda os seis batalhões das Brigadas al-Qassam, que têm pelotões distribuídos por toda a Faixa de Gaza, e arquitetou a construção de túneis que fazem escoar mercadorias e armamentos para o território palestino, e o treinamento militar de guerrilheiros com a ajuda do Irã e da Síria.
Seu paradeiro é desconhecido, mas sabe-se que, por razões de segurança, ele muda diariamente de esconderijo. Deif perdeu a mulher Wadad al-Asfour, o filho de sete meses e a filha de 3 anos num ataque de Israel 2014 ao edifício em que moravam, no bairro de Sheikh Radwan, em Gaza.
Durante o funeral, seu sogro contou que havia visto o genro apenas uma vez, quando ele pediu a mão de Wadad em casamento, sete anos antes. Apenas um círculo muito restrito de dirigentes do Hamas tem acesso a Deif e ajuda a cultuar o mistério em torno de sua figura solitária.
Fonte: www.g1.globo.com
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