Um novo dispositivo inteligente, que mais parece um relógio, foi projetado pela diretora de pesquisa e inovação da Microsoft, Haiyan Zhang, para “pausar” os tremores nas mãos de pessoas diagnosticadas com Parkinson. O protótipo ainda está em fase de testes, mas é uma esperança para os que sofrem com a doença, que afeta as células nervosas do cérebro, ainda não tem cura e atinge mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo.
Apesar de ainda não estar no mercado, o dispositivo já ajudou uma pessoa. No vídeo divulgado pela Microsoft, a designer Emma Lawton, 33 anos, ao utilizar o relógio – que fica sincronizado com um aplicativo em um tablet -, consegue escrever seu próprio nome e desenhar um quadrado. A emoção é enorme porque desde 2013, quando desenvolveu a doença, ela não era capaz de escrever em linhas retas.
Segundo a própria empresa, a história de Emma foi a inspiração de Zhang. A diretora passou seis meses estudando a fundo a doença para poder projetar um dispositivo que contra-atacasse os tremores do Parkinson. Foi depois de quatro versões iniciais que ela chegou no Emma.
A ideia do dispositivo é bem simples: a tecnologia envolvida transmite vibrações semelhantes a de telefones celulares para as mãos que, além de funcionarem como estabilizadores dos movimentos causados pelo Parkinson, também operam como distrações para o cérebro para que ele se concentre em algo diferente de tentar controlar os membros da pessoa.
O que acontece com as pessoas afetada por essa doença é que o cérebro dispara sinais extras para os músculos, o que cria uma repetição desordenada de interações que fazem com que os músculos, ao tentarem executar os movimentos desejados, tremam. Com o Emma, no entanto, parece que o cérebro se concentra em apenas um pulso direto, fazendo com que as solicitações de movimento para as mãos sejam reduzidas.
Outro fator importante para o sucesso do dispositivo é o padrão de vibração, que se diferencia de pessoa para pessoa. Para alguns, como Lawton, o melhor é o padrão ritmado. Já para outros, um ritmo mais aleatório é mais adequado. Por esse motivo, o aplicativo que acompanha o relógio foi pensado especialmente para controlar a velocidade de emissão das vibrações de acordo com as necessidades de cada usuário.
Segundo a Microsoft, o próximo passo do desenvolvimento do projeto, que implica na otimização da tecnologia utilizado no Emma, acontece em Londres. A empresa ainda reitera que Zhang está trabalhando juntamente com uma equipe de neurociência e fazendo mais testes com o dispositivo. “A tecnologia está se encaminhando e trazendo um alívio sintomático, para tornar a vida mais fácil”, diz Lawton, que completa: “mas mais do que tudo, eu só queria ser capaz de escrever meu nome corretamente“.
Confira o vídeo, em inglês, de como o protótipo funciona:
Fonte: Abril - Claudia
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