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‘Corre agora senão vocês vão morrer’: os relatos dos brasileiros na Universo Paralello, rave atacada pelo Hamas

Jovens que estavam em festival a 30 minutos da Faixa de Gaza relatam momentos de terror durante ataque que deixou 260 mortos.

Diversos brasileiros estavam no festival de música eletrônica Universo Paralello, atacado no último sábado (7) pelo grupo extremista armado Hamas. O ataque deixou mais de 260 mortos apenas na festa, que tem origem brasileira e foi criada por Juraez Petrillo, o pai do DJ Alok.

Petrillo estava no local, a 30 minutos da Faixa de Gaza, e chegou a fazer um vídeo do momento em que o festival foi interrompido pela chegada de homens do Hamas. “Gente o que é isso, mano. Parou a festa por causa de foguete. (…) Olha as bombas. Bombando, mano”, disse Petrillo no vídeo. Ele fugiu do local guiado pela produção israelense.

Entre os desaparecidos na festa estão as cariocas Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes, além do gaúcho Ranani Glazer. Brasileiros que estiveram no festival relataram os momentos de terror vividos durante o ataque. Veja abaixo.

O que aconteceu? O bombardeio ao festival foi parte de um ataque surpresa contra Israel. A partir da Faixa de Gaza, combatentes do Hamas invadiram o território israelense, mataram centenas de pessoas e levaram mais de 100 pessoas como reféns. Israel declarou guerra ao Hamas e, inicialmente, atacou o território palestino com mísseis.

“Foi um inferno. Mais de 300 tiros em cima da gente”, relatou o jogador de futvôlei Nathan Obadia. Ele conta que já aconteceram outras festas próximas a Faixa de Gaza, sem nenhuma intercorrência.

Segundo Nathan, terroristas armados invadiram a fronteira e abriram fogo contra participantes da rave. As sirenes no local teriam começado a tocar por volta das 6h. Pouco tempo depois, Nathan e quatro amigos teriam entrado em um carro e tentado partir em direção a Tel Aviv.

Eles então notaram que os carros retornavam na direção do festival e fizeram o mesmo. Segundo ele, o grupo teria visto veículos marcados por balas.

“Nunca entram pessoas armadas em Israel. Não existe isso. Só que dessa vez aconteceu”, diz. “A gente acabou entrando em uma zona que era um campo aberto. Na hora que a gente entrou nesse campo os caras começaram a largar bala em cima da gente.”

Após o carro ter sido atacado, Nathan conta que o grupo saiu do veículo e deitou no chão atrás do carro. “Tiros infinitos, irmão…É inacreditável. A festa rolando, outras pessoas tentando fugir, tomando tiro no carro também…”

O grupo não ficou ferido. Nathan conta que ele e os amigos foram salvos por soldados que estavam fazendo ronda na região.

O paulistano Rafael Birman estava no grupo com Nathan. Ele conta que chegou a enviar um áudio pelo celular, se despedindo da mãe.

“Os militares começaram a abrir fogo contra os terroristas. A gente passou 20 minutos sendo fuzilado e por um milagre nenhum dos meus colegas saiu ferido.”

Brasileiro se fingiu de morto.

Outro brasileiro, Rafael Zimerman estava com os amigos Rafaela Treistman e Ranani Glazer, que está desaparecido. Ele se refugiou em um bunker, e ficou com marcas de estilhaços nas costas.

“A gente era só jovens numa festa. Sabe, festejando a vida. E do nada as pessoas que querem morte interrompem isso.”

Dentro do bunker, sob ataques de granada e gás, Rafael se fingiu de morto.

“Tinha muita gente pegando fogo e eu não podia sair. Ao mesmo tempo, se eu forçasse a saída, a chance de dar de cara com um terrorista era enorme. Então, eu acabei fingindo que estava morto durante horas”, recorda.

Fonte: www.g1.globo.com/



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