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Creche inacabada e ruas sem esgoto

Enquanto a equipe de reportagem do CORREIO visitava as obras que estão abandonadas no Bairro Akzira Multran, conhecido como Km 07, para a matéria “Mais de R$415 milhões em investimentos e obras continuam inacabadas” publicada nesta edição, no Caderno Especial de aniversário de Marabá, alguns moradores do bairro aproveitaram para falar sobre outros assuntos que aflige a comunidade.

A reclamação é recorrente e diz respeito ao descaso, que segundo os moradores, sempre marcou a história do lugar. A maioria das ruas possui pavimentação, só que sem saneamento básico, fazendo com que o esgoto corra a céu aberto. As vias largas e sem sinalização também são sinônimo de preocupação para os pedestres. Uma boa parte dos moradores reclama ainda da paralização das obras, que receberam recursos federais para serem finalizadas, mas continuam abandonadas.

A dona de casa Ludmila Lima dos Reis, mora próximo à obra inacabada de uma creche. Ela falou que fica triste ao olhar para a estrutura inacabada e em estado de degradação. Ludmila lembrou que a construção foi iniciada na gestão passada e reclamou de como a obra foi deixada.

“Não foi entregue e nem botaram um segurança pra tomar conta”, disse, contando que o local virou esconderijo de bandidos e usuários de drogas. A obra não chegou a ser entregue. Apesar de tudo, a dona de casa diz ter dado um voto de confiança para a atual gestão. “Acho que vão gastar mais do que já foi gasto, porque é uma destruição total. Foi muito dinheiro investido”, lamentou, acrescentando que muitas crianças estão estudando em outro bairro porque a obra não foi entrega à comunidade.

Outra moradora, Maria Dilma da Silva Santos, relatou que a falta de compromisso do poder público acontece há anos e que o cidadão precisa participar mais das decisões políticas.

Ela acredita que a única alternativa é continuar denunciando os problemas do bairro e esperar que eles sejam solucionados. “Se temos algumas ruas asfaltadas é porque corremos muito atrás”, revela, dizendo lamentar que o saneamento não tenha chegado junto com a pavimentação.

Esquecido

Segundo Dilma, o Km 07 é antigo e demorou a ter acesso a serviços básicos. O bairro tem uma Unidade Básica de Saúde, duas escolas e duas creches, que funcionam em casa alugadas e sem estrutura adequada para as crianças. A moradora lembrou que os bairros Nossa Senhora Aparecida, conhecido como Coca-Cola, e Araguaia, também chamado de Fanta, são mais novos que o Km 07, e já possuem mais estrutura e benfeitorias. Ela atribui o desenvolvimento rápido desses bairros aos moradores do local, os quais ela chama de ‘mais atuantes’.

Maria Dilma já foi vice-presidente da Associação de Moradores do bairro, mas diz ter se afastou da entidade por não concordar com a forma de trabalho e a falta de compromisso de algumas pessoas que fazem parte da direção. “A associação só existe de direito, mas de fato não funciona”, resume. Para ela, muitas pessoas que atuam na associação agem como político em época de eleição. “Muita promessa e pouca prática”.

Resposta

A equipe de reportagem do CORREIO procurou a Associação dos Moradores do Km 07 para verificar as denúncias. Por telefone, a presidente da entidade, professora Marly Mendes, contou que assumiu a associação durante o mandato do ex-prefeito Maurino Magalhães, e que nunca tiveram apoio, mas que sempre correreu atrás de benfeitorias para o bairro.

Marly afirmou que a entidade está sem sede própria. “A associação está funcionando na minha casa”, disse, informando que um espaço foi doado para a construção do prédio e que o terreno já está murado. Segundo ela, quando a nova diretoria assumiu, havia um débito de R$ 2 mil na Receita Federal. “Já tentamos negociando, mas falta a participação da ex-presidente da associação  para resolvermos isso”, justificou.

Questionada sobre os planejamentos da associação, Marly disse que assim que a dívida com a Receita Federal estiver resolvida, a entidade seguirá lutando pela conclusão da obra da creche. Ela reconhece que o bairro possui muitas lideranças antagônicas, e que a falta de união está atrapalhando o desenvolvimento da comunidade.

“Estamos pagamento os preço até hoje, mas seguimos confiantes com a nova gestão municipal”, contou, denunciando que a gestão anterior da associação foi um fracasso.

O que diz a prefeitura

Procurado pelo Jornal CORREIO, o secretário de planejamento do município Karam El Hajjar, falou sobre o planejamento da gestão atual para o Km 7. De acordo com ele, os projetos para o bairro serão contemplados no Plano Plurianual (PPA).

“O Km 7 será uma das áreas da cidade a serem enquadrados como zona especial de interesse social (áreas demarcadas para assentamentos habitacionais de população de baixa renda) no Plano Diretor”, informou o secretário.

(Larissa Rocha com informações de Josseli Carvalho) 

Fonte: CT ONLINE



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