O período de matrículas nas creches de Marabá ainda não começou, mas muitos pais já têm procurado as instituições em busca de vagas para os filhos. Esse movimento já é rotineiro no início do ano, principalmente, porque o número de alunos permitidos em cada unidade é limitado e a prioridade é matricular as crianças de quatro e cinco anos. Isso foi confirmado pela diretora do Núcleo de Educação Infantil (NEI) Olavo Bilac, Ducilene da Silva Ribeiro, localizado no Bairro São Félix Pioneiro.
Segundo ela, essa recomendação parte da própria Secretaria Municipal de Educação (Semed), sob a justificativa de que a educação infantil não tem a obrigatoriedade de atender crianças de três anos de idade. A creche que ela comanda, por exemplo, deixou de matricular mais de 100 alunos nessa faixa etária no ano passado. A educadora explica que a capacidade do prédio é para 160 estudantes, com oito salas de aula que comportam 20 crianças cada. “No ano passado foram 328 crianças matriculadas em dois turnos”, revela.
Ela acrescenta que a falta de vagas deve-se ao fato da instituição atender aos moradores do Residencial Tiradentes e de todo o Bairro São Félix Pioneiro. E acredita que isso vá ocorrer novamente este ano, porque tem apenas 60 vagas para crianças de três anos e a procura está bem maior. “A lista das crianças que ficam fora, a gente leva para Secretaria de Educação Lá, eles ligam para os núcleos que ficam aqui perto para ver se tem vaga”. As matrículas poderão ser feitas entre 22 e 23 de janeiro nos Núcleos de Educação Infantil do município.
Quem está preocupada com a matrícula do filho é Elieda Silva, moradora do Residencial Tiradentes. Ela, que é mãe de sete crianças, teme que o número de vagas seja menor do que a demanda. No entanto, conta à reportagem do CORREIO que vai fazer de tudo para garantir a educação do filho. “Porque eu vou sair daqui de casa é 3 da manhã [para ir para creche]”. Conforme relata, ela não será a única do bairro a tomar essa atitude.
Estrutura
A falta de vagas não é o único problema encontrado nos Núcleos Infantis de Marabá, já que muitos deles estão em prédios alugados e foram “improvisados” para atender às crianças. Um exemplo é o N.E.I Maria da Conceição Silva Pereira, localizado na Rua do Aeroporto, Bairro Amapá, que funciona em uma residência. Embora tenha recebido uma nova pintura e reforma, feita pelo governo municipal, todos os cômodos da casa tiveram que ser transformados em salas de aula, refeitório e pátio para abrigar os alunos.
O problema é que existe um terreno no bairro que seria destinado à construção do prédio definitivo dessa mesma creche e que, hoje, está coberto por mato e vazio. Em entrevista ao Jornal, Luciano Lopes Dias, secretário municipal de educação admite que essa situação precisa ser revista.
“Quando você aluga uma casa ou qualquer imóvel de um terceiro para colocar uma escola, você vai adaptá-lo, transformar um quarto em uma sala de aula, uma sala de estar em uma sala de aula. E isso não é o ideal”, observa. Ele conta que a atual gestão de Marabá recebeu as construções das creches viabilizadas por meio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), paralisadas.
“Tanto as de metodologia inovadora quanto as convencionais, que somadas são 17. Durante o ano, a gente resolveu os problemas que existiam com os contratos e retomamos uma série delas. Retomamos duas na zona rural e acabamos de licitar três creches convencionais. E das 14 creches de metodologia inovadora, nós sentamos com os representantes do consórcio que detinha o contrato durante o ano e foram retomadas cinco obras, mas infelizmente eles não demonstraram nenhuma capacidade de realização dessas construções”, afirma, dizendo ainda que o contrato foi reincidido e que uma nova licitação será feita para dar continuidade a essas obras e termina-las ainda esse ano.
Procura
Questionado sobre a grande procura por vagas em algumas creches da cidade, o secretário diz que muitas pessoas têm preferência por certas unidades e, devido a isso, acaba tendo muita demanda e pouca vaga em algumas localidades.
“A nossa estatística revela que nós temos universalizado o ensino infantil. Então, toda a demanda que nós temos é absorvida pela rede. O que acontece nesses episódios são preferências, às vezes, os pais têm preferência por algum local e quer levar os filhos para lá. Porque para quem já estuda lá a rematrícula é automática”.
Luciano ainda revela que há previsão de que o sistema de pré-matrícula online, já implantado na rede estadual de ensino, comece a valer também para o município, diminuindo as enormes filas na porta das escolas. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)
Fonte: Correio de Carajás
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