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Dia do voto sem sobressaltos

Dos quase 160 mil eleitores aptos a votar em Marabá, 125.264 (78, 76%) compareceram às urnas no último dia 2. O número de abstenções foi de 33.791 (21,24%), abaixo do estimado pela Justiça Eleitoral, indicando o crescente interesse do marabaense pelos destinos da política local. Durante todo o dia, as escolas e demais locais de votação permaneceram tranquilos.

Na parte da manhã, filas não muito longas foram vistas em muitos pontos de votação, o que facilitou a dinâmica da eleição. Segundo pessoas abordadas pelo CORREIO, o tempo de espera nestes locais foi pequeno. Porém nos lugares com mais seções houve aglomeração de eleitores antes mesmo do horário de início do pleito.

A Escola Anísio Teixeira, localizada na Cidade Nova, tem 11 seções e estava preparada para receber 4.041 eleitores. De acordo com Deusenira de Jesus Silva e Bruno Stephano Emim da Silva, supervisores administrativos, a maior movimentação aconteceu na parte da manhã. “Quando abriu o portão, entraram todos de uma vez e aí tumultuou”, revelou Deusenira.

Evani de Fátima Fernandes Lopes vota na instituição há vários anos. Ela chegou para votar por volta das 16h e contou que este é o melhor horário, porque as seções estão mais vazias. Além disso, a estudante da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) destacou o valor do voto. “É o momento que nós temos para mudar aquilo que vemos e que não está correto. Essa é a oportunidade que temos para mudar aquilo que não aprovamos”, afirmou.

Já Nayara Camilo Lima, estudante de educação física, confirmou que foi até o local de votação no fim da tarde pela tranquilidade e pelo clima mais fresco. Ela ainda acrescentou que é importante que os eleitores da cidade escolham candidatos com responsabilidade e capacidade de mudar Marabá.

“A gente já colocou várias caras novas e ainda não aconteceu nada. Em relação aos vereadores, eu acredito que muita gente nova vai entrar”, opinou. De fato, Nayara acertou no prognóstico, uma vez que apenas seis dos vereadores da atual legislatura serão reconduzidos ao cargo em 2017.

Candidatos

Ainda no período da manhã, três candidatos que concorriam ao cargo de prefeito votaram em suas seções e expressaram suas expectativas acerca da disputa. O Dr. Jorge Bichara votou na Escola Estadual Plínio Pinheiro, na Marabá Pioneira, por volta das 10h. Ele estava acompanhado da esposa e filhos, e afirmou à imprensa que “a sorte estava lançada” após votar. “As palavras de ordem são administração, capacidade e honestidade”, confirmou. Ele acompanhou a apuração dos votos junto dos familiares.

Depois que os resultados finais foram divulgados, o candidato se manifestou em rede social, desejando sucesso ao concorrente vencedor. Dr. Veloso também aproveitou a manhã para votar na Escola Ida Valmont e confessou que estava bastante confiante. Ele também insistiu no papel de fiscalizador do eleitor para que a votação ocorresse da maneira mais limpa possível.

“Vamos fiscalizar essas eleições para que elas sejam realmente a consequência da nossa vontade, da nossa democracia”, completou. O Professor Rigler também compareceu às urnas por volta das 10h e declarou que o povo marabaense estava em busca de mudança.

“O povo quer renovar, está cansado da mesmice. A gente apresentou um projeto muito claro e objetivo. Um projeto realmente popular, que visa o interesse do povo trabalhador, das mulheres, da juventude, de quem está indignado com a situação da cidade” declarou. Ele acompanhou a apuração no escritório de seu vice, na VP-8.

O último a votar foi Tião Miranda, o prefeito eleito, que por volta das 16h foi até a Escola Anísio Teixeira para cumprir o seu dever como cidadão. Ele estava otimista com a campanha realizada durante este período eleitoral. “O importante é a democracia e que vença quem tem mais votos”, atestou. Ele acompanhou os resultados da votação em casa junto de amigos e de seu vice, Tony Cunha.

Apuração

A reportagem acompanhou todo o processo de totalização dos votos no Fórum Eleitoral de Marabá, na Folha 16. No começo da contagem, por volta das 17h40, Dr. Veloso chegou a ficar à frente dos demais concorrentes, com 47,04% dos votos apurados. Porém, Tião Miranda inverteu a disputa, e às 18h11, já contabilizava 49,58% dos votos válidos contra 44,01% do Dr. Veloso. O Dr. Jorge Bichara somava 4,79% e Professor Rigler 1,62%.

A apuração total das urnas foi finalizada às 19h34 dando a vitória da disputa ao candidato Tião Miranda, com 59.416 votos. O segundo lugar ficou com Dr. Veloso, com 47.640. Do lado de fora do Fórum Eleitoral, estavam centenas de pessoas que aguardavam a confirmação dos eleitos. Uma grande festa foi formada quando o candidato a vereador Francisco Carreiro Varão, o Frank, foi confirmado eleito com 1.387 votos.

Emocionado, ele ainda conversou com a Reportagem sobre o momento de comemoração. “Para mim, isso representa uma nova geração, uma nova política e eu garanto que eu vou dar início à renovação, à mudança e vou contribuir esses votos trabalhando, sem boca de urna, sem jogar santinho, legalmente”, exclamou.

Quem também ficou alegre com o resultado das eleições foi a senhora Raimunda Santos Mourão, conhecida como Teté e tia avó da vereadora reeleita Irismar. “Eu estou muito feliz, porque a minha sobrinha Irismar ganhou mais uma vez. Foi Deus quem deu essa vitória para ela e todos nós”, concluiu.

Eleitores encontram dificuldade na votação deste ano

Embora o dia de votação tenha sido tranquilo, alguns eleitores encontraram problemas na identificação dos locais de votação. De acordo com os supervisores administrativos da Escola Anísio Teixeira, Deusenira e Bruno, muitas pessoas não sabiam o local atual em que deveriam votar. “As pessoas não sabiam onde é que votavam, estavam com o título antigo e algumas mudaram de seção e zona, mas não sabiam”, confirmou Deusenira de Jesus Silva, supervisora administrativa da Escola Anísio Teixeira.

Ela disse que os fiscais não tinham papéis ou qualquer documento que permitisse a identificação desses eleitores, o que dificultou o trabalho. Também foi repassado que pessoas da 23ª Zona Eleitoral chegavam ao local para votar, sendo que a escola abriga seções apenas da 100ª Zona eleitoral (Z.E.). “O problema é que mudaram algumas seções de algumas escolas e não foi informado aos eleitores”, contou Bruno Stephano, também supervisor na escola.

Ele disse que muita gente ainda portava título do ano 2 000, e até mais antigo, com a desculpa de que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) não os informou que seria necessária a atualização. Bruno disse também que essas mudanças de locais de votação não foram repassadas aos fiscais e que ele somente soube orientar os eleitores, porque entrou em contato com o TRE para que lhe mandasse uma lista dos locais antigos e atuais de votação.

Além disso, uma sala do prédio estava sem energia, levando a realocar uma zona em outro local dentro do estabelecimento, o que foi rapidamente resolvido. Também foi registrada a ausência de dois presidentes de seção. “Faltaram dois presidentes, que não repassaram os valores da alimentação, de R$25, para os mesários. Então eles ficaram na mão e a gente teve que designar o primeiro mesário para assumir a seção”, contou.

Deusenira ainda disse que algumas pessoas foram até ríspidas com os fiscais. “Aí eles não se atentam para trocar e quando chegam aqui querem votar e não querem saber se estão certos. Falam que somos desinformados, que não sabemos de nada, sendo que estamos aqui somente para orientar. No ano passado, a Justiça Eleitoral nos deu uma lista com o nome das seções e escolas, mas este ano, não”, relatou.

Alguns eleitores disseram também que na hora da atualização do título escolheram lugares próximos às suas casas, porém que foram realocados para lugares distantes. A vendedora Giovana de Jesus Santos mora em Marabá há mais de 30 anos e estranhou a mudança do local de sua seção. “Não fiquei sabendo dessa mudança, porque na última eleição eu votei aqui. Fui pega de surpresa”.

O assistente da 100ª Z.E, Josenilson Alves, contou que em 2008, quando foi criada a a 100ª Zona Eleitoral, muitos títulos precisaram ser atualizados. Então, a população deveria ir ao cartório trocá-los. “Como muita gente ainda tem o título antigo, ocorreu essa confusão”, explicou.

Santinhos

Considerado crime eleitoral, o derrame de santinhos, muito comum no dia da eleição, sofreu uma diminuída significativa este ano. A mudança nas leis e mais rigidez por parte da Justiça Eleitoral acabou desencorajando a ação dos maus políticos. Porém, ainda houve aqueles que arriscaram e continuaram a desrespeitar as regras eleitorais.

(Nathália Viegas)

Fonte: CT ONLINE



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