O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (25), com os mercados globais preocupados com os impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e elevando as apostas de uma alta maior dos juros nos EUA.
Às 10h05, a moeda norte-americana subia 0,36%, cotada a R$ 4,8236. Na abertura, bateu R$ 4,8530. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 4,04%, cotado a R$ 4,8061, no maior avanço diário desde março de 2020, início da pandemia de Covid-19. Com o resultado, passou a acumular alta de 0,99% na parcial do mês. No ano, tem queda de 13,79% frente ao real.
Os mercados globais operavam em queda nesta segunda-feira em meio às expectativas de juros mais altos nos Estados Unidos e temores sobre a situação sanitária na China, onde as restrições anticovid ameaçam o crescimento econômico. Investidores avaliam notícias sobre possível lockdown em Pequim.
As bolsas da China registraram a maior queda desde fevereiro de 2020. Já os preços do barril de petróleo caíram mais de 4%.
“Como a China é a segunda maior economia do mundo, essa situação tem um efeito direto no mercado de commodities”, destacou Walid Koudmani, analista da XTB.
Dezenas de cidades chinesas seguem em situação de lockdown, com centenas de milhões de habitantes confinados em suas casas, com acesso limitado a alimentos e medicamentos. Em Xangai, que segue na sua quinta semana de lockdown, as restrições foram parcialmente relaxadas, com cerca de 8 milhões de habitantes podendo sair de casa, sem deixar os seus bairros, mas mais de 4 milhões seguem em confinamento.
Nos EUA, grandes bancos já cogitam até duas altas de 75 pontos base na taxa básica de juros em junho e julho em razão da disparada da inflação. O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou na quinta-feira que um aumento de meio ponto percentual na taxa básica “está sobre a mesa” na próxima reunião do banco central americano no início de maio.
Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar.
Na cena doméstica, o foco segue nos próximos passos do Banco Central após o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmar que o Copom estará pronto para ajustar o tamanho de seu ciclo de aperto no caso de choques inflacionários maiores ou mais persistentes do que o esperado. A Selic está atualmente no patamar de 11,75%.
Fonte: g1.globo.com
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