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Dólar sobe e passa dos R$ 5,20, com risco de recessão nos EUA e discurso de Lula no radar

Na quarta-feira, a moeda norte-americana subiu 1,10%, cotada a R$ 5,1615.

O dólar operava em alta nesta quinta-feira (19), estendendo o movimento positivo do dia anterior na medida em que investidores repercutem a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedida à Natuza Nery para a Globonews. Assista à entrevista na íntegra.

No cenário externo, o mercado continua de olho nas sinalizações sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), após falas de dirigentes do BC norte-americano aumentarem as expectativas de que a maior economia do mundo passe por um período de recessão.

Às 14h41, a moeda norte-americana subia 1,02%, cotada a R$ 5,2144. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar subiu 1,10% e fechou o dia vendido a R$ 5,1615. Com o resultado, a moeda acumula queda de 3,27% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Na quarta-feira (18), foi ao ar a primeira entrevista exclusiva com Lula desde sua eleição, pelo Globonews. Entre outros assuntos, o presidente falou sobre questões econômicas amplamente abordadas pelo mercado financeiro.

Lula afirmou que a independência do Banco Central do Brasil é “bobagem” e que a atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atrapalha o crescimento da economia.

Analistas do BTG Pactual destacam, ainda, falas do presidente sobre a necessidade da economia voltar a crescer, sobre estabelecer uma nova relação entre capital e trabalho e fortalecer a indústria de defesa.

Além disso, Lula também reiterou em discurso após encontro com sindicalistas que pretende implementar a sua promessa de campanha de isentar o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. No entanto, o presidente disse que a medida precisa de lei e, por isso, não poderá ser feita “no grito”, mas que sua equipe vai “construir isso”.

Ainda no discurso, Lula disse que reajustar o salário mínimo “é a melhor forma de fazer distribuição de renda neste país”. O presidente defendeu também que não adianta o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescer se ele não for distribuído. O presidente assinou um despacho, ontem, com proposta de aumento do salário mínimo.

Risco de recessão nos EUA

No exterior, o destaque do dia permanece com os Estados Unidos. Ontem, o Fed publicou o Livro Bege, um documento que traz informações sobre a economia nos 12 distritos do banco central. O órgão relatou que os preços desaceleraram na maioria dos distritos, ao passo que o mercado de trabalho apertado segue pressionando os salários nos EUA.

Na seara inflacionária, a avaliação geral é que os altos preços seguem impactando o poder de compra dos consumidores americanos mesmo após a desaceleração da inflação. Ainda assim, os gastos com consumo ganharam força impulsionados pelas compras durante o recesso de fim de ano.

Ao contrário da inflação, o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de arrefecimento e permanece apertado, relata o documento. Desta forma, ainda há “elevada pressão salarial” no país.

O Livro Bege informa que o emprego continuou subindo na maioria dos 12 distritos do Fed e as empresas seguem com dificuldade para preencher vagas abertas, mesmo diante do aumento da oferta de trabalho em algumas regiões dos EUA.

Na sequência da divulgação, dirigentes do Fed discursaram e sinalizaram a necessidade do banco central de continuar adotando uma política monetária mais restritiva, com a manutenção dos juros em patamares elevados. Atualmente, as taxas americanas estão entre 4,25% e 4,50% ao ano e as expectativas são de novas altas.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Assim, investidores migram para tais aplicações, em detrimento de ativos de risco, como o mercado de ações e moedas de países divergentes – o que ajuda a explicar a desvalorização do real frente o dólar.

Com pressão inflacionária e juros mais altos, crescem, também, a percepção de risco de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão econômica.

Fonte: g1.globo.com



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