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Economista analisa impactos do aumento do preço da gasolina ao consumidor paraense

O novo aumento no preço da gasolina preocupa os consumidores. Pela terceira vez consecutiva, o combustível sofreu reajuste só neste ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), janeiro registrou aumentos, nos dias 18 e 26, de 7,60% e 5,00% respectivamente. Já em fevereiro, no dia 8, o crescimento registrado foi de 8,1%.

Mercado externo e câmbio são alguns dos principais fatores responsáveis pelo aumento da gasolina no Brasil, disse o economista Valfredo de Farias. O conflito entre a Rússia e os países árabes por causa do petróleo fez com que o preço do barril caísse, lembra o especialista, ao ponto de ser comprado pelos Estados Unidos para armazenamento na reserva estratégica do País. No entanto, devido ao câmbio – troca de moeda nacional por estrangeira – estar alto, o reflexo é sentido diretamente no bolso dos brasileiros.

“O barril do combustível nacional está atrelado ao internacional, ou seja, toda vez que o barril do petróleo aumentar no comércio exterior, sentiremos um reflexo nos combustíveis do Brasil. Por conta do dólar que está com um valor bem elevado, hoje, ficou mais caro importar qualquer produto devido ao custo do dólar”, disse o economista.

A alteração no preço da gasolina impacta primeiramente na vida das pessoas que utilizam diariamente veículos particulares, em seguida, conforme explicou Farias, também são afetados aqueles que usam outros meios do transporte urbano, como os táxis e carros por aplicativos, além dos coletivos, já que as tarifas consequentemente são ajustadas conforme os contratos das empresas. 

O motorista de veículo por aplicativo Augusto Cesar diz sentir o incômodo no bolso. Ele ressalta que o lucro para quem trabalha nessa área já é pequeno por causa das taxas aplicadas pelas prestadoras de serviços eletrônicos na área do transporte privado, então, recorre a algumas estratégias para fazer com que a gasolina possa render um pouco mais no tanque.

“O uso do ar condicionado contribui para o consumo da gasolina, fazendo com que alguns motoristas escolham horas específicas para trabalhar, onde não é tão necessário ligar o ar. Sabemos, por exemplo, que Belém é uma cidade muito quente, tem vezes que é impossível não usar. Na pandemia, as empresas recomendaram que os motoristas não ligassem o ar, e isso ajudou de certa forma no consumo da gasolina”, contou o motorista.

Augusto costuma “rodar” em Belém e Ananindeua, Região Metropolitana, a partir das 16h, quando o calor passa a amenizar um pouco. Ele contou que sempre abastece seu automóvel em postos de combustíveis específicos, localizados em Ananindeua, pois, para ele, são os mais baratos. O motorista disse ainda que na capital o litro chega a custar R$ 5 reais e, em alguns lugares, o valor é até maior.

Valfredo de Farias diz que o custo dos fretes também são agravados pelo aumento da gasolina. O economista recorda que a prática desse trabalho é muito comum em Belém, cidade geograficamente afastada dos centros produtores, fazendo com que as mercadorias, em sua maior parte, venham à capital por meio do transporte rodoviário, como os caminhões. E relembra: “o preço final desses produtos serão afetados porque o frete compõe o custo das mercadorias”.       

Neste delicado cenário, o aumento do gás vem para somar na dor de cabeça do consumidor, contou o economista. Por ser essencial a todas as famílias, os reajustes na compra do gás de cozinha, seja botijão ou encanado, afetará sobretudo os lares com menor renda. Outro impacto será visto em alguns serviços ou produtos finais, que também deverão ficar mais caros. Valfredo explica que assim como o gás, na gasolina, não há muito o que possa ser feito por parte dos compradores, já que os aumentos estão atrelados por meio de leis, ficando ao poder público a responsabilidade de criar estratégias de controle para minimizar os impactos. 

“Para não sermos penalizados, o poder público precisa criar outras formas para legislar os aumentos desses preços. Por exemplo, foi aprovado que os reajustes do mercado internacional não serão repassados imediatamente ao mercado interno, então, devem ser acumulados em déficits ou lucros, que no final do ano virão em aumentos ou redução dos combustíveis. Outra solução, para o motorista da região metropolitana, seria avaliar se vale a pena abastecer nos postos de Ananindeua, que geralmente são mais baratos, ou recorrer ao uso de veículos por aplicativos e ao transporte público”, orientou o especialista. 

Fonte: romanews.com



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