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Eleições no Equador: entenda como estava a disputa presidencial antes do assassinato de Fernando Villavicencio

O assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador, aconteceu apenas a 11 dias das eleições, marcadas para o dia 20 de agosto. Além dele, outros sete candidatos disputam o cargo, que atualmente é ocupado por Guillermo Lasso.

As eleições presidenciais no Equador foram antecipadas em maio, após Lasso convocar uma cláusula da Constituição e dissolver a Assembleia Nacional.

O artigo, conhecido como “Morte Cruzada”, foi aplicado pela primeira vez no país. Pela lei, ao dissolver a Assembleia, Lasso estava obrigado a convocar novas eleições presidenciais.

O Equador enfrenta uma grave crise política, e Lasso chegou a ser alvo de uma tentativa de impeachment. Ele optou por não disputar as eleições novamente e disse ao jornal “The Washington Post” que não se importava com quem seria seu sucessor.

Com o processo aberto, oito candidatos se registraram para concorrer ao cargo de presidente. São eles:

  1. Yaku Pérez, líder indígena
  2. Daniel Noboa, ex-deputado
  3. Luisa González, ex-deputada
  4. Jan Topic, economista
  5. Otto Sonnenholzner, ex-vice-presidente
  6. Bolívar Armijos, advogado
  7. Fernando Villavicencio, jornalista e ex-deputado
  8. Xavier Hervas, empresário

Uma pesquisa de intenção de votos feita pela ClickReport, entre 4 e 6 de agosto, mostrava uma disputa embolada pelo segundo lugar. Enquanto isso, a candidata Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, aparece na liderança isolada. Confira:

  1. Luisa Gonzáles: 29,2%
  2. Yaku Pérez: 14,4%
  3. Otto Sonnenholzner: 12,3%
  4. Jan Topic: 9,6%
  5. Fernando Villavicencio: 7,5%
  6. Brancos e nulos: 16,9%
  7. Outros: 10,1%

O que procuram os eleitores?

Outra pesquisa do instituto AS/COA, feita em julho, perguntou aos eleitores o que eles consideravam mais importante na hora de escolher um candidato. O tema “insegurança” foi o mais citado.

Atualmente, o Equador enfrenta uma forte onda de violência, que está ligada ao narcotráfico. Os conflitos também refletem em ameaças a políticos e funcionários públicos, enquanto o número de homicídios disparou.

Há cerca de duas semanas, por exemplo, um prefeito foi assassinado no país. O cientista político Maurício Santoro explica que essa onda de violência gerou uma influência na política do Equador.

“O país se tornou uma rota muito importante para o tráfico de drogas na América Latina, que entra pelos portos equatorianos, atravessa a

Outro tema bastante citado é combate à corrupção. Nos últimos anos, o Equador presenciou diversos escândalos, que resultaram na condenação do ex-presidente Rafael Correa. Atualmente, ele vive na Bélgica e diz ser inocente.

Confira, a seguir, o que os eleitores consideram mais importante, segundo a pesquisa da AS/COA:

  • Solução para a insegurança: 55,3%
  • Criação de empregos: 22,5%
  • Combate à corrupção: 14,8%
  • Proteção ao meio ambiente: 7,4%

O que defendem os candidatos?

  • Luisa Gonzáles

A líder nas pesquisas, Luisa Gonzáles, tem como pilares “segurança, trabalho e bem-estar” para a campanha. Ela é apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que esteve no comando do país por 10 anos.

“Esta é a resposta a um governo falido que nos deixou em total abandono, destruiu estradas, nos negou remédios, a educação de nossos filhos; mas com a Revolução Cidadã as obras das estradas voltarão com rodovias de primeira, educação, emprego decente e medicina gratuita e de qualidade.”
  • Yaku Pérez

Líder indígena e ex-prefeito, Yaku Pérez aposta na criação de empregos para a campanha presidencial. Ele também promete enfrentar o crime “com firmeza” e mais transparência nas contas públicas. O candidato também defende causas ambientais.

“Nosso compromisso é para salvar o futuro do Equador. Vamos cumprir a consulta prévia, livre e informada dos povos e nacionalidades indígenas e a consulta ambiental.”
  • Otto Sonnenholzner

O economista Otto Sonnenholzner tem como lema de campanha “Paz, Dinheiro e Progresso”. A campanha do candidato tem forte apelo à economia e segurança pública.

“Estamos aqui para assumir e resolver de uma vez por todas os problemas mais urgentes dos equatorianos. Chega de não nos deixar avançar! Chega de viver com medo! Chega de não poder trabalhar ou progredir!”
  • Jan Topic

Um dos lemas da campanha do economista é “Do medo à esperança”. Nas redes sociais, Topic afirma que vai devolver a paz ao país e que não vai perder tempo se sentando com “delinquentes”.

“Vamos fazer respeitar o Estado, a Polícia, as Forças Armadas e ao povo equatoriano.”
  • Bolívar Armijos

O candidato é presidente do Conselho Nacional de Governos Paroquiais do Equador, ligado ao meio rural.

Um dos motes de Armijos é: “Fazendo um campo grande, fazemos um grande país”.
  • Xavier Hervas

Hervas é um empresário ligado ao setor agroindustrial. A campanha dele usa a sigla “SOS”, para “Segurança”, “Obras” e “Saúde”.

“Com o nosso plano #SOSEquador vamos reativar a economia e criar emprego, que são necessidades prementes. Vamos fazer o país avançar, juntos na unidade.”
  • Daniel Noboa

O candidato é ex-deputado e ex-presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico do Equador. Ele é um dos fundadores do partido ao qual é filiado. Emprego e segurança pública estão entre os pilares da campanha.

“O Equador precisa mudar a forma de governar este país. Enfrentar os desafios que impedem o crescimento e a segurança dos cidadãos. O Equador clama por uma mudança de mentalidade.”
  • Fernando Villavicencio

O jornalista Fernando Villavicencio tinha como um dos carros-chefes da campanha o combate à corrupção. Ele se definia como um político de centro.

“Este país não precisa de dinheiro, este país tem muitos ladrões. Vamos acabar com as máfias”, publicou em 6 de agosto em uma rede social.

Amazônia e vai para a Europa e os Estados Unidos”, explica.



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