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Elon Musk e Twitter: a cronologia da negociação até a desistência da compra da rede social

Menos de três meses após anunciar acordo, bilionário comunicou seu recuo nesta sexta-feira (8), alegando que a plataforma descumpriu os termos. Twitter promete batalha judicial.

Nem três meses se passaram entre o estrondoso anúncio de compra do Twitter e a desistência por parte de Elon Musk, divulgada nesta sexta-feira (8).

Apesar de curto, esse espaço de tempo foi um período bastante conturbado, em que o interessado na rede social foi dos planos mirabolantes para ela a acusações de que a plataforma divulgou dados falsos sobre contas spam e violou o acordo entre eles.

Também nesse intervalo o homem mais rico do mundo foi processado por acionistas que viam no “fogo amigo” dos questionamentos de Musk uma forma de ele reduzir o valor de mercado da plataforma pela qual ofereceu US$ 44 bilhões.

Veja abaixo a cronologia da negociação à desistência.

Março de 2022: Musk e a liberdade de expressão

Respondendo a um seguidor no Twitter, rede onde ele tem 80 milhões de seguidores, Musk afirma que cogita criar uma rede social para promover “liberdade de expressão” na internet.

O executivo faz também uma série de enquetes em seu perfil sobre o papel do Twitter como uma “arena” que deveria permitir opiniões divergentes.

Nesse momento, o bilionário já havia comprado ações da empresa, mas a notícia só seria divulgada semanas depois.

1º de abril: botão editar

O perfil oficial do Twitter apontou que a rede social estava criando um recurso para editar tuítes. A postagem foi tomada como uma brincadeira do Dia da Mentira, mas a informação de que a companhia estuda como adicionar a função foi confirmada dias depois, inclusive, por Musk.

4 de abril: Elon Musk, acionista

O fundador da Tesla se torna o maior acionista individual da rede social, com 9,2% das ações da companhia.

5 de abril: Indicação ao conselho da empresa

Musk é apontado como membro do conselho de diretores do Twitter um dia após divulgar sua participação na empresa. O magnata respondeu um post do CEO da rede social, Parag Agrawal, prometendo “melhorias significativas” para a plataforma.

10 de abril: Elon Musk desiste do conselho

No dia em que sua avaliação seria considerada para o conselho do Twitter, o magnata desiste de ter uma cadeira no grupo que lidera a rede social.

14 de abril: Musk faz uma oferta

O bilionário faz uma proposta para adquirir completamente o Twitter por mais de US$ 44 bilhões, segundo um documento regulatório da rede social. O conselho da companhia disse que avaliaria a oferta.

15 de abril: Musk diz ter ‘plano B’ e não quer dinheiro

Um dia depois de sua oferta, Elon Musk diz em uma entrevista que tem um “plano B” caso não consiga comprar o Twitter. Ele alega que “fazer dinheiro” com a rede social não está no centro da negociação e disse que a plataforma é arena importante para a liberdade de expressão no mundo.

Na mesma entrevista, ele disse que eliminar bots e contas falsas seria uma de suas prioridades ao assumir a rede social.

Bots ou robôs são contas controladas por um programa de computador que pode fazer todas as ações de um usuário comum: curtir conteúdos, seguir outros usuários, publicar e retuitar postagens.

21 de abril: US$ 21 bilhões ‘do bolso’ para compra

Elon Musk afirma em um documento apresentado à SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) que conseguiu quase US$ 46,5 bilhões para financiar a operação.

O bilionário diz que pretende destinar US$ 21 bilhões de sua fortuna para comprar Twitter e que o valor restante será conseguido por meio de dois empréstimos com o banco Morgan Stanley, um de US$ 13 bilhões e outro de US$ 12,5 bilhões.

25 de abril: Musk chega a acordo para comprar Twitter

O Twitter anuncia que fechou um acordo definitivo para ser comprado por Musk. A transação é estimada em US$ 44 bilhões.

Com a compra, o Twitter se tornará uma companhia de capital fechado, ou seja, deixará de negociar ações na bolsa. É dito ainda que o acionistas vão receber US$ 54,20 por cada ação comum, o que significa um prêmio de 38% sobre o preço dos papéis em 1º de abril.

ANÁLISE: O que pode mudar no Twitter na “era Musk”

29 de abril: Musk quer cortar salários

A imprensa dos Estados Unidos destaca que Musk poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa de mídia social. Esse teria sido um dos argumentos usados para convencer os banqueiros a emprestarem o dinheiro para a compra do Twitter.

Segundo a Reuters, pessoas “familiarizadas com o assunto” informaram que o magnata chegou a falar que poderia reduzir os salários dos executivos e do conselho da empresa de mídia social, em um esforço para tirar custos da rede social, e desenvolveria novas maneiras de monetizar tuítes.

2 de maio: Twitter dá número de contas falsas

O Twitter estima que menos de 5% de sua base de usuários é formada por contas falsas ou voltadas para publicar spam.

A informação foi apresentada no relatório de resultados trimestrais da companhia. Segundo o documento, a rede social tem 229 milhões de usuários ativos. Segundo Musk, o Twitter ainda precisa apresentar números que comprovem essa informação.

6 de maio: acionistas contestam a compra

Um fundo de pensão da Flórida processa o bilionário e a rede social argumentando que Musk tinha acordos com outros grandes acionistas, incluindo seu consultor financeiro Morgan Stanley e o criador da plataforma, Jack Dorsey, para apoiar a compra

Por isso, a compra não pode ser concluída antes de 2025.

10 de maio: Musk fala sobre a volta de Trump

Em uma conferência, Elon Musk diz que voltaria atrás na suspensão do ex-presidente americano, Donald Trump, do Twitter.

“Eu reverteria a suspensão permanente [de Trump]”, afirma Musk em evento do Financial Times. O magnata diz que ele e Jack Dorsey, cofundador do Twitter, concordam que não deve haver banimentos permanentes na rede social.

12 de maio:Twitter demite dois executivos

O Twitter comunica a demissão dos chefes das áreas de consumo e receitas. A empresa também anuncia uma pausa nas contratações e uma revisão nas vagas em aberto, segundo a agência de notícias Reuter

Fonte: g1.globo.com



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