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Em Marabá moradores de rua são executados enquanto dormem

Foto: Evangelista Rocha

Uma das vítimas da dupla execução registrada no final da tarde de ontem, quarta-feira (18), pode se tratar de Raimundo Silva, conforme documento localizado no bolso dele, durante a necropsia do corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá.

Até o momento, no entanto, nenhum familiar dos dois homens esteve no órgão para fazer a identificação oficial dos moradores de rua mortos a tiros no Bairro Quilômetro Seis, Nova Marabá.

Segundo a delegada Raíssa Beleboni, titular do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, poucas informações foram colhidas na cena do crime. De acordo com ela, o homem que portava o documento é conhecido como “Índio” naquela região, ponto onde é comum o consumo de entorpecentes.

“As duas vítimas possuem entre 25 e 30 anos e, no local, em razão da grande quantidade e aglomeração de pessoas, além de dificuldades no trânsito, foram poucas as informações colhidas. Foi possível apurar somente que eram moradores da região, envolvidos com uso e possivelmente com tráfico de entorpecentes e que estavam dormindo em redes presas aos bambus quando foram alvejados por disparos de armas de fogo”, informou a delegada em entrevista realizada nesta manhã, quinta-feira (19).

Há informações, ainda segundo a Polícia Civil, de que os disparos tenham sido efetuados por duas pessoas em uma motocicleta Honda Broz, provavelmente de cor vermelha. “Pedimos à população, àqueles que tenham familiares nessas circunstâncias, que sejam frequentadores da região ou moradores, que procurem o IML para identificação”, ressaltou Beleboni.

O duplo homicídio ocorreu depois de nove dias sem assassinatos em Marabá, por volta das 17h15, no entorno do Terminal Agrorrodoviário Miguel Pernambuco. O local é considerado uma espécie de Cracolândia de Marabá, porque abriga dezenas de usuários de drogas, que moram ali.

No local do crime, reportagem conversou com o cabo Renato, da Polícia Militar, que foi a primeira autoridade policial a chegar à cena das mortes, junto como o cabo Maquenze e o soldado M. Dias.

Segundo o policial militar, algumas pessoas informaram que os dois pistoleiros fugiram pela Rodovia Transamazônica, em direção ao Bairro Cidade Jardim, na saída para São Domingos do Araguaia.

As vítimas foram executadas com tiros à queima roupa, inclusive no rosto. Em uma delas era possível, por quem se aproximava, visualizar a marca de pólvora na face direita, tornando claro que os atiradores encostaram o cano da arma bem próximo da face. (Luciana Marschall e Chagas Filho – Com informações de Evangelista Rocha)

Fonte: Correio de Carajás



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