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Empresário é condenado por agredir ex-namorada com puxões de cabelo e tapas durante festa no interior de SP

Orestes Bolsonaro Campos é sobrinho de Jair Bolsonaro (PL). Caso ocorreu no dia 17 de setembro de 2020, em Registro.

O empresário Orestes Bolsonaro Campos foi condenado por agredir uma ex-namorada durante uma festa em Registro, no interior de São Paulo. O caso ocorreu em 2020. Segundo a decisão, Orestes agrediu Ana Caroline Figueiredo Alves com puxões de cabelo e tapas, e a arrastou pelo chão.

O empresário – que é filho de Denise Bolsonaro, irmã do presidente Jair Bolsonaro (PL) – nega as acusações. Até a última atualização desta reportagem, a defesa de Orestes não havia sido notificada de qualquer decisão da Justiça, informou o advogado Alexander Neves Lopes, que representa o empresário.

Em nota, ele afirmou que “caso [a defesa] o seja, certamente, irá interpor recurso previsto em lei, no prazo legal, apresentando as devidas razões no Egrégio Tribunal de Justiça, acreditando desde já, na reforma da decisão”.

A juíza fixou uma pena de quatro meses de detenção a Orestes em regime inicialmente aberto. Ele deve permanecer solto durante o processo e até o esgotamento de todos os recursos. A juíza condenou o réu ao pagamento da taxa judiciária e fixou o valor de R$ 15 mil de indenização por danos morais, a serem pagos pelo réu à vítima.

Orestes também responde na Justiça por outro caso. Ele irá a júri popular por tentar matar a ex-mulher e o companheiro dela em Barra do Turvo, também em 2020 (leia mais ao final desta reportagem).

Orestes e a família vivem na região do Vale do Ribeira, onde o presidente morou por muitos anos. Ele e Ana Caroline mantinham, de forma esporádica, relacionamento afetivo. Em 17 de setembro de 2020, por volta das 2h, os dois foram juntos a uma festa na rua Ceará, em Registro. Em certo momento, Orestes viu Ana Caroline com um ex-namorado e, depois disso, começaram as agressões.

Em depoimento, Ana Caroline alegou que, após ingerir bebida, foi descansar em um quarto onde estava um ex-namorado identificado como Weisser Fabricio Felis da Silva. Ela afirmou que estava descansando, quando Orestes entrou no local, a viu e a acordou com um puxão de cabelo.

Disse ainda que o empresário a “balançou no ar”, ficou puxando o cabelo dela e a jogou no chão. Ana Caroline afirmou que Orestes foi para cima de Weisser e que outras pessoas separaram a briga. Ela e Weisser conseguiram correr e sair da casa.

Ana Caroline contou que, já do lado de fora da residência, foi perseguida por Orestes e caiu. A mulher afirmou, então, que o empresário passou a arrastá-la pelo chão. Ela conseguiu entrar no carro do ex-namorado e foi para a delegacia, onde se submeteu a um exame de corpo de delito.

Em depoimento, Weisser confirmou as agressões e a versão de Ana Caroline. Contou que também levou um soco e que teve o para-brisa do carro quebrado pelo empresário.

Interrogado, Orestes negou a acusação. Ele disse que Weisser tinha ido ao local sem ser convidado. Contou também que Ana foi descansar no quarto e que Weisser “sumiu”. Por isso, o empresário teria ido até o quarto, onde viu Ana Carline e Weisser se beijando e sem roupas.

Segundo Orestes, Weisser foi para cima dele, e os dois se agarraram. Ana entrou na briga e acabou sendo empurrada. Orestes disse que não sabe se foi ele ou Weisser quem empurrou Ana e que os amigos entraram no quarto para ver o que estava acontecendo.

Decisão

O caso foi julgado pela juíza Barbara Donadio Antunes Chinen. Segundo ela, as lesões constatadas em Ana Caroline são incompatíveis com a alegação de Orestes.

Caso ela tivesse apenas sido empurrada, não teria sofrido lesão no couro cabeludo. Segundo a juíza, por conta disso, ficou claro que ela foi agredida. Orestes causou lesões em, ao menos, 6 lugares diferentes do corpo de Ana Caroline.

Outro caso

Além deste caso, a Justiça de São Paulo determinou que Orestes irá a júri popular por tentar matar a ex-mulher e o companheiro dela em Barra do Turvo, no interior de São Paulo, em 2020.

A Justiça de São Paulo determinou que Orestes responda por tentativa de homicídio e de feminicídio. A data do júri popular ainda não foi definida. Se condenado, ele pode pegar até vinte anos de cadeia.

De acordo com o Ministério Público (MP), Orestes agiu por motivo torpe e impossibilitou a defesa das vítimas, pois atacou os dois enquanto eles dormiam. Segundo o MP, na ocasião, ele deu golpes no companheiro da ex-mulher com um pedaço de madeira e a vítima desfaleceu. Orestes teria sacado uma arma e o homem conseguiu entrar em luta corporal contra ele. A mulher pegou o filho no colo e chamou a polícia. Veja mais detalhes do caso aqui.

Na época, o advogado de Orestes disse entender que a sentença não levou em conta “os depoimentos e laudos produzidos no caderno processual e no manto do contraditório”. De acordo com ele, se tais questões fossem apreciadas, seria afastada a responsabilidade imputada em desfavor do acusado.

“A defesa técnica, de forma tempestiva, interpôs o recurso previsto em lei, apresentará as devidas razões e após o processamento sustentará no Egrégio Tribunal de Justiça, acreditando na despronúncia do acusado”, disse Lopes, em nota.

Fonte: g1.globo.com



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