Ao considerar a indústria nacional, o local onde a flor é produzida, negociada e entregue também reflete nesta composição.
“Alguns produtos precisam ser transportados entre os estados e isso acaba sendo feito via aérea, daí realmente o custo impacta bastante na formação do preço”, afirma o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Opitz.
3. 📅 Datas comemorativas: O tempo e o investimento que os agricultores gastam para cumprir os prazos próximos às datas comemorativas como Dia das Mães, das mulheres e dos namorados, também estão neste checklist.
“Se tem uma transição de clima muito forte entre maio e junho, afeta o metabolismo da roseira, diminui a demanda e os preços acabam disparando. Nos meses de janeiro e fevereiro, que são quentes, tem produção alta, só que a demanda não é tão expressiva”, detalha o produtor.
4. 📉 Pandemia: Segundo Lídia Swart, do Grupo Swart, que produz rosas e kalanchoes em Holambra (SP), Andradas (MG) e em Ubajara (CE), a demanda reprimida dos anos de pandemia somada à queda de produção de flores provocou um “boom” nos preços.
“Como não havia comercialização, alguns produtores optaram ou tiveram que parar a produção, pois não tinham condições financeiras para mantê-las. A produção de flores ainda não está em dia, pois algumas culturas levam até 2 anos para começar a produzir”, disse Lídia.
5. 💪 Insumos e melhoramentos: Os aumentos nos preços dos insumos, como fertilizantes e produtos para combater pragas, além das despesas com melhoramentos, são mais fatores que influenciam na cadeia de flores.
“Para termos uma variedade que seja aprovada e colocada em produção, vai anos, e isso tem custo, além de que o produtor deve pagar os royalties ao breeder [melhorador] pelo desenvolvimento”, completa Lídia.
Quais plantas são mais vendidas no Brasil?
Segundo o Ibraflor mais de 2,5 mil espécies com cerca de 17,5 mil variedades são cultivadas no país. Confira abaixo quais são as plantas mais vendidas:
- Flores sem as raízes: rosas, astromélias, lírios e crisântemos.
- Plantas cultivadas em vasos: orquídeas, antúrios, azaléias, kalanchoes, violetas, crisântemos, antúrios e roseiras.
- Plantas ornamentais: suculentas, cactos e samambaias.
O PIB desta cadeia de flores e plantas ornamentais foi de R$ 7,16 bilhões em 2017 e, quando deflacionado, a preços atuais, é de R$ 9,1 bilhões.
Os dados foram divulgados em agosto pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com o Ibraflor.
De 2020 para 2021, o mercado de flores no país cresceu 15% de acordo com a Ibraflor. Ao todo, foram R$ 10,9 bilhões em faturamento pela cadeia produtiva no ano passado, frente à R$ 9,6 bilhões do ano anterior.