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Escândalo em Itupiranga: vídeos mostram filha do prefeito dividindo propina

Denúncia já foi protocolada no Ministério Público Estadual e Prefeitura de Itupiranga abriu comissão de sindicância para investigar o caso

Um vídeo que mostra a chefe de Divisão de Assistência Farmacêutica e Serviços Laboratoriais e filha do prefeito de Itupiranga, Janaiane Milesi, repassando dinheiro para o tesoureiro Mauro Conceição e secretário de Saúde Nilton Moura, foi denunciado ao Ministério Público Estadual na última sexta-feira, 31. A queixa foi realizada pelo deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania), e protocolada por Alexandre Neto, coordenador da área de improbidade administrativa do MP.

Segundo o deputado Arnaldo Jordy, além do vídeo, outras denúncias de irregularidades na gestão de Itupiranga foram apontadas no documento enviado ao MP. “Foram vários casos de irregularidades que nós recebemos aqui no escritório, como superfaturamento de combustível, contratos ilegais, empresas irregulares, entre outras. Encaminhamos todas elas ao Ministério Público para que os criminosos que estão desviando dinheiro público do município de Itupiranga sejam punidos”, afirma.

COM A MÃO NA MASSA

 O vídeo feito por câmeras de segurança mostra claramente o momento em que Janaiane Milesi, filha do prefeito de Itupiranga José Milesi, reparte pelo menos sete bolos de dinheiro enrolados em ligas com Nilton Moura e Mauro Conceição. Ainda no vídeo, os acusados fazem a contagem das cédulas e guardam-nas em suas carteiras enquanto conversam tranquilamente.

Janaiane foi empossada pelo pai em janeiro de 2017 para exercer o cargo de Chefe de Divisão de Assistência Farmacêutica e Serviços Laboratoriais. Nilton Moura e Mauro Conceição também foram empossados no mesmo mês e ano para ocupar os cargos respectivamente de secretário Municipal de Saúde e coordenador da Tesouraria da Secretaria Municipal de Saúde. Os três estão temporariamente afastados dos cargos.

A equipe do CORREIO tentou entrar em contato com a Prefeitura de Itupiranga, assim como com os acusados, porém não conseguiu retorno. O anúncio oficial da prefeitura de que investigaria a denúncia se deu por meio de uma Portaria publicada no último dia 21 de outubro, que instaura uma comissão de sindicância para apurar o caso.

A portaria determina o prazo de 30 dias para que as investigações sejam concluídas. Confirmado o crime, os acusados serão exonerados. De acordo com o Código Penal Brasileiro, o desvio de dinheiro público é configurado como Peculato e pode ter pena de 2 a 12 anos de reclusão.

ATÉ A CÂMARA LAVOU AS MÃOS

A Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS procurou o vereador Frank Dias, de Itupiranga, para se pronunciar sobre o assunto e ele revelou que o caso polarizou o Legislativo do município, que acabou lavando as mãos em relação a uma situação tão grave que deveria ser apurada.  “Como a denúncia chegou à Câmara de Itupiranga, tentamos criar uma CPI para investigar essa situação e outras na saúde, porém a maioria dos vereadores resolveu não aprovar a CPI. Tínhamos cinco assinaturas, a minha e a dos colegas Jardel Martins, Jairo Jadjinski, Biraci do Motor e do presidente Paulo Barros. Aos 45 do segundo tempo o vereador Biraci resolveu retirar a assinatura dele e, infelizmente, a CPI perdeu força. O Ubiraci alegou ter sofrido algumas perseguições e mostrou um vídeo da mãe dele pedindo para que não assinasse a CPI, ou seja, retirasse a assinatura. Depois disso, pegamos toda a documentação – eu e o vereador Jardel Martins – e protocolamos no Ministério Público e agora estamos aguardando o resultado. O deputado Arnaldo Jordy também teve acesso às denúncias e protocolou no Ministério Público, em Belém”, explica o Frank. (Bianca Levy e Ulisses Pompeu)

Fonte: Correio de Carajás



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