Durante todo o domingo, 19, o Ginásio Poliesportivo Renato Veloso, na Folha 16, recebeu cerca de 950 atletas que se inscreveram para participar da etapa regional do Campeonato Paraense de Jiu-Jítsu, envolvendo cidades das regiões sul e sudeste do estado. Essa foi a primeira de oito etapas, que serão realizadas até o final do ano. A estrutura do ginásio permitiu que fossem realizadas até seis lutas simultaneamente.
“A nossa estrutura, nunca vista aqui na cidade, cada vez inovando mais. São mais de 70 categorias por faixa, peso e gênero. A importância principalmente é a ajuda da prefeitura, da Semel, que é fundamental para o esporte, sempre estão apoiando o nosso esporte, nosso Jiu-jítsu aqui na cidade. Então, nada melhor que trazer, em forma de gratidão, e começar a primeira etapa aqui na nossa região”, ressalta Reginaldo Coelho, presidente da Regional Sul/Sudeste da Federação Paraense de Lutas Esportivas.
A etapa contou ainda com participação de atletas de outras regiões do Pará e de outros estados como Maranhão e Tocantins. As pontuações ao longo das oito etapas formam um ranking de atletas, que estão suscetíveis a receberem bolsas. No final do ano, as equipes com maiores pontuações também serão premiadas.
O Secretário de Esporte e Lazer de Marabá, Ney Alves, ressalta o fomento à prática esportiva empreendido pela Semel nos últimos anos, principalmente com apoio de infraestrutura às competições por meio do Ginásio da Folha 16.
“A secretaria está em todos os lugares que está acontecendo o esporte em Marabá, seja como organizadora, seja como apoiadora. E, mais uma vez, nós estamos aqui nesse evento grandioso e a gente vê aqui a grandiosidade que esse esporte está tendo dentro do município. Cada dia, está crescendo. A gente fica feliz porque Marabá, a cada dia, entra em um cenário esportivo de grandes eventos”, afirma o secretário.
O esporte também significa inclusão. Eduarda Caires tem 13 anos e desde os sete pratica Jiu-jítsu. Ela tem transtorno do espectro autista e compartilha o que mudou depois que a arte marcial começou a fazer parte de sua vida. “Eu vi todo mundo lutando e gostei. Eu me senti muito feliz em participar de outras competições. Eu tenho vários amigos, me diverti”, relembra.
Lorrana Castro é faixa roxa e a categoria é de até 64 kg. Aos 19 anos, ela pratica o esporte há cinco e conta que já é reconhecida dentro da arte marcial.
“O que me levou a fazer foi mais por questão de qualidade de vida. Depois, eu fui percebendo que eu tenho talento para o esporte, aí eu continuei na carreira de atleta. O Jiu-jítsu representa hoje, para mim, muitas coisas, reconhecimento. Hoje, eu sou bem reconhecida. Hoje eu vivo do Jiu-jítsu. É muito gratificante, a gente sempre está tentando dar um rumo melhor para o jiu-jítsu, o esporte, e apresentando também para as pessoas”, destaca a atleta.
Wanessa Brito estava ansiosa aguardando a entrada do filho, Téo Benício, de 6 anos, no tatame. O pequeno se interessou pela arte marcial por causa do pai, que é judoca, e começou as aulas em janeiro, participando agora do segundo campeonato. Para ela, acompanhar as competições é difícil por causa da proteção natural materna, mas que ter essa atividade é necessário para o desenvolvimento dele.
“Para uma mãe superprotetora, são leves infartos, mas a gente tem que se acostumar porque a criança luta para competir, para eles terem essa sensação de ganhar, de ter a vitória, ou não, saber ganhar e perder. Mas, como mãe, acho que o nervoso ultrapassa qualquer coisa. Enquanto ele quiser e tiver vontade, ele vai lutar”, comenta.
Téo Benício acabou recebendo a medalha de ouro na categoria até 30 kg.
Outra mãe que estava ansiosa pela participação do filho era Érika Coelho, mãe do Pedro Vitor, de 11 anos. Nesses dois anos em que o filho pratica Jiu-jítsu, ela só consegue enumerar tudo o que melhorou no desenvolvimento dele e da relação dos dois. Para ela, acompanhar os campeonatos é um mix de sentimentos.
“Emoção atrás de emoção. Eu digo que eu testo meu coração. Cada campeonato é um sentimento diferente, mas eu digo que nesses últimos dois anos foi de aprendizado, coleguismo eu e ele, a parceria, tudo. Melhor coisa que a gente teve nos últimos tempos. Disciplina, comprometimento, confiança, tudo nele melhorou. Eu acho que o Jiu-jítsu toda criança deveria fazer. Pedro Vitor é uma criança muito extrovertida, se dá bem com todo mundo e a cada campeonato ele faz novos amigos, ele lida muito bem com tudo isso”, avalia.
Para o pequeno atleta, a arte marcial significa muito. “Eu fiz porque eu queria experimentar coisas novas, aprender arte marcial para me defender para eu conseguir, se vier uma pessoa me atormentar na rua, eu conseguir me defender. Eu me senti mais confiante em fazer as coisas, mais forte, aprendi a respeitar os outros, as autoridades”, conta.
Rogério Brilhante veio de Canaã dos Carajás para acompanhar o campeonato. Ele observa que o esporte só tem a contribuir para o desenvolvimento de quem o pratica e a competição atesta o crescimento do Jiu-jítsu na região.
“Acaba tirando toda essa meninada do sedentarismo, como o pessoal adulto, adolescente. Esse dia de campeonato mostra a força do Jiu-jítsu aqui na região. Isso mostra que o Jiu-jítsu aqui no Pará está forte, vem forte e sempre vai crescer. Criança e adolescente estão entendendo que o esporte, como o Jiu-jítsu, faz parte da sociedade”, afirma.
Fonte: www.maraba.pa.gov.br
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