O engenheiro Paulo José Arronenzi, acusado de assassinar a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, na frente das três filhas do ex-casal, foi condenado a 45 anos de prisão.
A condenação de Paulo foi por homicídio quintuplamente qualificado. As qualificadoras que levaram ao aumento da pena foram:
O julgamento terminou na madrugada desta sexta-feira (11), após 15 horas de debates.
A sessão começou na tarde desta quinta-feira (10). Um dos depoimentos mais fortes foi da mãe da juíza, Sara Vieira do Amaral. Ela contou que ficou sabendo sobre a morte da filha pela neta de 9 anos. Segundo o relato, a menina ligou para a avó minutos depois de ver a mãe receber 16 facadas.
“O papai furou a mamãe toda e ela está caída no chão. É muito sangue, é muito sangue vovó”, disse Sara, contando as palavras da neta ao telefone.
Outro a falar foi Vinícius Vieira do Amaral, irmão da vítima. Ele contou que Paulo constantemente importunava a família e exigia dinheiro da ex mesmo após a separação.
“Minha irmã e minha mãe não paravam de receber telefonemas todo horário possível. Minha irmã foi sendo chantageada para compensação financeira”, disse.
“Ele chegou a cobrar o custo da foto do álbum de casamento que tinha 11 anos, valor de vestido que ele deu presente para ela, e minha irmã foi sucumbindo e fazendo transferências para ele”, emendou.
Segundo Vinícius, Viviane “fez um acordo que cedeu tudo para ele”. “Acho que uns R$ 600 mil. Era o proporcional de partilha”
“O Paulo continua matando. É isso que está acontecendo aqui hoje. Ele não parou de matar minha família”, destacou.
O assassinato da juíza aconteceu na véspera do Natal de 2020, quando Viviane levava as crianças para passar a data com o pai, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A juíza foi atacada de surpresa quando descia do carro para deixar as filhas com o ex-marido.
Arronenzi foi preso em flagrante logo em seguida por guardas municipais. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o assassinato foi motivado “pelo inconformismo do acusado com o término do relacionamento, especialmente pelas consequências financeiras do fim do casamento na vida do engenheiro”.
A juíza Viviane Vieira do Amaral, que tinha 45 anos, integrou a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro por 15 anos. A juíza atuava na 24ª Vara Cível da Capital.
De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), a juíza Viviane Vieira levou 16 facadas do ex-marido durante o ataque. O corpo da magistrada tinha perfurações no pescoço, rosto e barriga.
De acordo com a perita Gabriela Graça Pinto, o ferimento no pescoço, de cerca de 30 milímetros, foi responsável por sua morte. A magistrada ainda teve a mão esquerda ferida na tentativa de se defender dos ataques do ex-marido chamada de “lesão de defesa”.
Fonte: g1.globo.com
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