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Família de morto pela PM processa o Estado

Advogado Elho Costa, representante da família de Tiago, diz que Estado será responsabilizado

Intervenção – laudo do iml comprova tiro a curta distância e relatório do niop revela demora em levar o baleado ao hospital. Ação não é contra os pms

Esta semana, o jornal CORREIO foi procurado pelo advogado Elho Araújo Costa, que representa a família de Tiago Ribeiro da Silva, de 26 anos. Tiago foi morto durante uma intervenção policial ocorrida no dia 24 de maio deste ano na Folha 33 (Nova Marabá). De posse de um laudo do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, que comprova que o tiro fatal foi disparado a 1 cm de distância da vítima, a família do morto entende que Tiago foi executado e agora pretende processar o Estado por danos morais. A atuação dos policiais em relação a esse caso está em apuração tanto pela Justiça comum quanto pela Militar.

A ação não é contra os policiais que participaram da intervenção, mas contra o Estado. Para o advogado Elho Costa, os procedimentos em relação aos policiais que estiveram na intervenção dizem respeito a outra instância, seja à Polícia Judiciária, seja à Corregedoria da Polícia Militar. O que a família quer é uma indenização do Estado do Pará, que é o responsável pelas ações da Polícia Militar.

Além da curta distância do disparo, que atingiu um pouco abaixo da axila direita de Tiago e saiu do lado esquerdo, o mesmo laudo diz que o corpo da vítima apresenta “zona de queimadura ou de chamuscamento, produzida pelo calor da chama e dos gases superaquecidos, resultantes da queima da carga, eliminados pela boca da arma no momento do disparo”. Tudo isso são “sinais próprios do disparo a curta distância”, segundo o laudo de nº 2018.03.000254-TAN.

O advogado Elho Costa também tem em seu poder a ocorrência gerada pelo NIOP – Núcleo Integrado de Operações Policiais –, que revela uma demora de cerca de três horas entre o momento em que o acusado foi feriado e a hora em que os policiais chegaram com o corpo no hospital.

O advogado reconhece que Tiago teve envolvimento com ilícitos, inclusive quando morreu estava de Alvará de Soltura havia três dias, mas isso não impede a família de processar o Estado do Pará, pois ele acredita que os documentos que têm em mãos são capazes de provar que houve execução.

RELEMBRE O CASO

No dia do ocorrido (24 de maio), o comando do 4º Batalhão de Polícia Militar informou à Imprensa que, por volta das 11h20 de uma quinta-feira, policiais do Grupamento Tático Operacional (GTO) foram à Folha 33 averiguar uma denúncia de tráfico de entorpecentes e da presença de foragidos do sistema penal, quando foram recebidos a tiros por três indivíduos, dos quais dois tomaram rumo ignorado, enquanto o terceiro, exatamente Tiago da Silva, seguiu para beira do rio Itacaiúnas, onde foi cercado pelos militares, mas resistiu a voz de prisão disparando contra os PMs, que revidaram.

Ainda de acordo com o relato da Polícia Militar, imediatamente após o baleamento, o acusado foi conduzido ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), mas não resistiu e faleceu.

(Chagas Filho)

Fonte: Correio de Carajás



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